sábado, 28 de maio de 2011

Existe luz no fim dos 3 anos....

Esses dias agora, depois de colocar o Lorenzo na cama, fazer chamego, contar hsitória, beijinho, boa noite e até amanha, e ouvir ele caindo no sono lá do nosso quarto, eu e o Ber ficamos conversando sobre como é bom ter um menino de 4 anos em casa.
Bebês são lindos, fofinhos, engraçados e tudo mais, mas não venha me dizer que eles são fáceis...
A 3 anos atras a rotina do sono era assim: banho, mama, dorme mamando, coloca na cama, sai do quarto, choro, mama, coloca na cama em camera lenta, sai de costas do quarto, pisa no brinquedo barulhento, choro, embala pra la e pra ca cantando, vai parando de cantar como se fosse final de música, coloca na cama e deixa o braço embaixo pra ele não sentir, vai tirando aos poucos, sai do quarto....e por ai vai, deu pra pegar o espírito?
Agora, parece que ele fez 4 anos e decidiu que era grande. Dorme as 19:45 e vai até as 7 (hoje até as 8), levanta, tira o pijama, faz xixi, lava a mão (com sabão e tudo,kkk), e se tem roupa a mão já começa a se vestir.
Esses dias ele estava no banho e eu cortando o cabelo do Ber (sim, ficou bom), tirei ele da banheira, que se secou sozinho, colocou a cueca, e só não colocou a roupa porque se revoltou que queria uma "roupa macia sem botão" e não calça jeans e a polo que eu tinha separado (4 anos é mais fácil, mas ainda é criança né!!)
ADORO ver ele lendo sozinho no canto dele. Pega as revistinhas da Mônica ou um livro qualquer, senta e fica numa boa contando a história pra ele mesmo. Agora conseguimos cada um ficar lendo o seu livro numa boa, naquele silêncio que parecia inacreditável até algum tempo atrás.
É muito lindo perceber essas mudanças acontecendo com ele, e com a gente também, porque ter uma criança "grande" em casa muda completamente a nossa função como pais, onde aqueles cuidados básicos (trocar fralda, dar comida na boca) vai sendo substituídos por discussões, explicações, exemplificações, e tudo mais que precisar.
Nosso menino esta crescendo, e nós estamos adorando a brincadeira.


quinta-feira, 26 de maio de 2011

Cuidado com os exemplos que damos aos filhos...


Ontem antes de dormir Lorenzo veio com essa: mamãe, quando eu crescer e ficar do tamanho do meu pai, qual vai ser a minha escola?
E ele mesmo respondeu: eu vou ter que ir pra Universidade né?
E encerrou o assunto.
Hoje de novo: mamãe, lembra que eu falei que eu ia pra Universidade? pois é, mas se a gente morar em Porto Alegre eu vou ter que me mudar pra Norwich pra estudar numa universidade graaaaaaande igual do meu pai.
Na hora pensei em dizer: não, mas tem universidade em Porto Alegre tb meu filho.... mas disse: tu pode ir pra universidade que tu quiser Lorenzo, existem um monte diferentes, por todo mundo. Ele adorou e começou a rir, e falou: eu quero ir em todas então!!!!

Pronto: ele vai crescer, casar, ter filhos, e levar os MEUS netos pra morar a oceanos de distância. Se isso nãos se chama karma eu não sei o que é...







terça-feira, 24 de maio de 2011

Em época de internet...


Ninguém é sozinho!!
Estou fazendo parte de um grupo online, Mães internacionais.
São mulheres, mães, expatriadas, que viram no blog uma oportunidade de trocar experiências, desabafar e lidar melhor com todas as mudanças que uma vida em outro país traz, então, aqui no Chá com Picanha, irá aparecer mais novidades, promoções, e coisas mil!!
Uhuuuuuuuu.
Em tempos de internet só não arruma "a sua turma" quem não quer!!!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Criança é tudo igual... mesmo anos depois.


Quando a Renata era pequena (minha irmã), ela adorava o desenho "A menina e o porquinho". Olhava um milhão de vezes, e em todas elas choraaaaaaava quando a Charlote morria, e quando o porco em questão crescia....
Ele começa filhotinho no desenho e la pelas tantas vira um belo porcão. E ela chorava indignada porque o Wilbor tinha que crescer.
Por aqui o fator "crescer" tem ganho algumas discussões. Esses tempos na hora de dormir ele falou: mamãe, eu não quero mais comer porque não quero crescer, quero ficar criança pra sempre!
Tive um choque, e pensei: meu deus que tipo de vida adulta ele percebe de nós para não querer ficar adulto?? falei que era muito legal, que a gente podia fazer várias coisas, ter filhos e por ai vai...
Aí, uns dias atras baixei pra ele ver o filme A menina e o porquinho, e adivinha? ele surtou quando a aranha morre, e claro, na hora que o porco cresce!!!
Perguntou porque tinha que crescer, porque não podia ficar pequeno, e até que hoje vendo o filme pela 10920978972 ele disse: mas mamãe, quando ele fica grande ele não tem mais mamãe... não sabia se eu chorava e abraçava ele ou chorava e saia correndo.
No filme, realmente ele não tem mãe, mas falei pra ele que a mamãe tava lá, no cantinho, só que não aparecia, que ela ficava cuidando dele mesmo de longe.
Não sei se foi uma resposta, mas ele parou de perguntar.
Agora quanto a morte da Charlote, não tem jeito, não tem explicação suficiente.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Reception

Em setembro, Lorenzo começa escola pra valer.
Estávamos com receio, de como seria essa nova adaptação, por ser o dia inteiro de aula.
Hoje tivemos a primeira reunião com a professora.
Professora só não, era a prof, a diretora e o resto da equipe que direta ou indiretamente vai trabalhar com as crianças.
Nos apaixonamos ainda mais pela escola, e não cansávamos de dizer: escola pública!!!!!
Bem como minha mãe disse: uma coisa compensa a outra. O sistema de saúde não é lá essas coisas, mas o ensino...
Pra começar a adaptação: hoje a nursery (tipo uma pré-escola) vai das 12:30 as 15:15. O objetivo é brincar, e socializar com outras crianças, ter contato com artes e meios de aprendizado (hoje ele veio com os pés todo pintado pois usou "a máquina de pintar com os pés", seja o que for). A escola full time vai das 09 as 15:15, e ele começa assim: por duas semanas vai as 9 e sai as 12:10. Depois vai das 09 as 13:30, ou seja, fica para o almoço, depois de duas semanas começa pra valer. E a professora me disse: isso se ele estiver preparado para isso. Se sentirmos (ela ou nós) que ele não está ainda apto pra isso, estendemos um pouco mais essas semanas. ADORAMOS!
A equipe da escola, frisou bastante a importância dos pais na escola. Tanto, que oferecem vários cursos e todo um apoio para que os pais não só se sintam bem vindos, mas pressionados a fazerem parte daquela comunidade.
Fora que a professora é uma querida. Veio falar comigo sobre a adaptação, se apresentou e ficou super disponível para dúvidas que teremos. ELa é indiana, e fala outras 2 línguas fora o inglês e "indiano", então entende na prática a experiência de estar aprendendo em uma língua diferente. Vai ser ótimo pra ele.
Pensando superficialmente eu acho cedo. As crianças aqui começam a escola "formal" com 4 anos. Alfabetização, contato com matemática e por ai vai. Claro, que tudo de maneira muito tranquila ainda. Pelo que eu li no "manual" eles não trabalham com tema de casa ainda, e a própria sala de aula é em formato diferente. Tem todas aquelas coisas de primeira série: cartazes do alfabeto, letras, números, mas as mesinhas ainda são em grupo, não naquele formato uma atras da outra.
Em julho, teremos um dia para ir com ele visitar a professora e a sala.
Hoje quando cheguei e fui procurar na lista na parede qual a turma dele, na hora lembrei da minha experiência como aluna procurando meu nome, parece que foi 2 semanas atrás!!!!
Cheguei, olhei lá, BUENO, L. e depois de confirmar, fui correndo ver o nome dos amigos... pra meu alívio todos os confirmados estão lá!! mantiveram a turma junto, o que acredito vá fazer um diferença enorme na hora dele encarar professora nova, sala nova e um mundo de possibilidades pela frente.


Hoje curtindo no parque um dia ensolarado (mas não se enganem, frio)





terça-feira, 17 de maio de 2011

O tempo e ele...


Esse tempos li não sei aonde, que a gente só tem noção da passagem do tempo depois que tem filhos, e concordo absolutamente com isso.
Não é só pelos cabelos brancos que aparecem mais, ou os horários para tudo, mas sim que conseguimos acompanhar a mudança, e a diferença que 1 mês (ou 8) fazem na vida de uma criança.
Eu não acho que 4 anos é muito tempo., não acho mesmo, tenho lembranças muito nítidas de 25 anos atrás, 4 é só um pó, mas nos últimos 4 anos eu simplesmente sou outra pessoa, porque vi outra pessoa nascer e se transformar....
Nós sempre falamos o quanto o Lorenzo mudou nesses 8 meses que estamos aqui, isso que estamos com ele o dia inteiro, imagina quando chegarmos no Brasil daqui um tempo, as pessoas vão levar um choque!!!
Mas tudo isso, porque acabei de ter amostra realíssima dessa mudança: ele sempre falava da Neneca, a escola em Porto Alegre. Por vários meses ele dizia que aquela era a escola dele, e essa de agora não era. Falava dos amigos, da professora, dos passeios e coisas que fazia lá. E cada vez que dizia alguma coisa, meu coração apertava e eu me sentia um lixo como mãe: por tirar ele da casa, dos amigos, do que ele conhecia e bla bla bla.
Esses dias a escola me adicionou no Facebook, e hoje colocaram umas fotos de uma passeio que fizeram em uma chácara. Eu olhando, me debulhando de ver o quanto os amigos dele cresceram, nesse tempinho, e pensei: não vou mostrar pra ele.
Mudei de idéia, abri a foto, onde estão os 3 meninos que eram os melhores amigos deles, sentados juntos em um cavalo. Ele olhou. olhou, e disse: que legal! eu também quero andar de cavalo um dia que nem esses meninos....
É o tempo passando e dando espaço para as novas experiências e amizades que ele esta fazendo aqui.
Mas curiosamente, completando o post anterior sobre os laços, minha mãe morria de medo de quando viesse nos visitar, ele estranhasse eles.
Os de Souza chegaram, beijaram, deram "oi" e tudo foi como se sempre estivessem aqui.
O tempo passa, o que dói toma um outro lugar na cabeça e no coração, mas os laços importantes permanecem. Ainda bem

ps: a foto é nosso meninão brincando de Lego, num momento fotógrafa da mamãe.

domingo, 15 de maio de 2011

Laços...



Fazem 10 anos que estamos "na estrada".
Meio sem ser de lugar nenhum.
De 2001 a 2004 ficamos em Curitiba, e criamos laços tão fortes com novos amigos, que os outros cinco anos em Porto Alegre (2005 a 2010), também ficaram com cara de "passagem".
Nos primeiros tempos por lá, a saudade era uma coisa física. Doía mesmo. O tipo de dor que talvez pudesse ser resolvida com remédio. Era meio falta de ar, meio aperto no coração, meio um monte de coisas.
Daí surgiu a Thais, o Fred, Estrela, Téo, Diogo... e a dor foi diminuindo, diminuindo e ficou só a saudade boa.
Depois em Porto Alegre, ela voltou. Cada vez que eu ouvia o Cd do Universo, o coração descompassava. Até hoje eu lembro do dia que dei tchau pra Thais. Ela me levou em casa, fui direto pro banho e acho que chorava tanto que até os vizinhos ouviram....
Daí tudo superado, viemos pra ca. (ai que canseira)
A saudade aqui é diferente.
Em Curitiba, nossos domingos era silenciosos, cheios de música, filmes longos, e muito tempo livre pra pensar. Aqui, os domingos são cheios de pulos, gritos, pracinha, música muito alta (Lorenzo está numa fase Lulu Santos...), brigas, turma de Mônica... não dá tempo pra sentir aquela dor.
A saudade agora é dos laços.
Acho laços, uma palavra linda. Podem ser de sangue, de amizade, de companherismo, de parceria, de qualquer coisa importante.
Nós já estamos meio "escaldados"de sentir de saudade, e aqui, sabemos que tudo é temporário, e parece piada, mas nosso amigos mais próximos estão indo embora fazer laços em outros lugares.
A saudade é do conhecido.
Das pessoas que sabem a tua história, que conhecem tuas manias, aquilo que te faz feliz, aquele lugar que o calo aperta.
Conhecer pessoas diferentes, de todo canto do mundo, é uma delícia, mas elas não sabem que eu o conheci o Ber com 11 anos, que eu toco desde que eu tinha 5, que nossos amigos são os mesmos a quase 20 anos...
Ahhhh os amigos.
Nos últimos tempos, a gente nem saia muito. Cada um fazendo suas coisas, correndo atrás de estudo, trabalho, crianças... mas quando acontecia o encontro... nada como tu olhar pra aquele rosto e saber que por mais voltas e voltas e idas e vindas, e filhos e perdas, os rostos serão os mesmos.
É engraçado que muita gente pensa que nós somos meio desencanados com isso. Que o mundo é nosso lar. Mas não é bem assim.
Acho que a questão é que não temos medo do mundo. Que ele está ali, ao alcance da mão, não tem porque não aproveitar.
Mas que voltar para os laços que construímos por tanto tempo vai ser bom, isso vai. Nem que seja por 1 mês, como vai ser agora...

sábado, 14 de maio de 2011

Moda "chic vovó"

ntem, depois de algum tempo, tirei meu dia de princesa.
Saí de casa as 11 da manha, e fiquei caminhando até as 17hs quase!
Fui destinada a comprar alguma roupa nova, com cara de primavera, mas...

É fato confirmado que as inglesas pararam nos 80! Ok, provavelmente não pararam, mas voltaram a usar a moda anos 80. No inverno, eram polainas pra todo lado, cabelos pro lado a "la Madona" e maquiagem super pesada. Agora que a primavera chegou, as pernas começaram a aparecer, mas sempre de baixo de meia calça preta!! short, mini-saia, vestido floridos, sempre com meia calça preta.
Não gosto muito. Acho que até combina pra elas, mas eu não conseguiria sair de meia calça preta, saia e tenis por exemplo, como a maioria.
Outra coisa, agora que a primavera chegou, os floridos ingleses tomaram conta de tudo!! Florzinhas, florzonas, "petit pois" (bolinhas), em muitas coras e tamanho.
Eu não gostava, mas agora tenho achado uma graça, então estou a procura de um vestidinho assim.
A questão é que aqui raramente faz calor que dê pra sair sem um casaquinho, e é aí que entra o estilo vovó das inglesas. TODAS usam um casaquinho por cima. Não é jaqueta, não é bolero, é o "cardi" , aquele que todas as vovós conhecem.
E elas usam com absolutamente qualquer tipo de roupa, em qualquer comprimento.
Assim que cheguei comprei um cinza, de malha comprido, pra usar de leg, mas elas usam de saia, de short, de qualquer coisa. Então ontem decidi: vou comprar um também, afinal, sou quase uma inglesa.
Cheguei na loja, e escolhi uns 10, todos tinham alguma renda, ou babado, ou croche. Conforme fui vestindo fui me achando cada vez mais brasileira....simplesmente não combina com meu cabelo grande e crespo, e minha "morenisse".
As florzinhas sim, mas casaquinho... ainda não ta pra mim.

"pega um casaquinho minha filha" imagem http://www.whitestuff.com


Meu casaquinho inglês/brasileiro



terça-feira, 10 de maio de 2011

Os gaúchos dominarão o mundo!!!


Que me desculpem meus queridos amigos e leitores fiéis dos outros estados, como a Dani, a Estrela, Diogo.... mas gaúcho é muito gente fina, não tem jeito. hohohohohoh
No domingo, conhecemos mais um gaúcho "norwichiano".
Desde que chegamos aqui, as pessoas falavam dele, que a gente precisava conhecer, que era muito legal e por aí, vai. Até que enfim, no final da semana, a Joana (minha amiga portuguesa) fez a reunião, e nada como se sentir em casa....
Nosso outro casal de amigos, a Dani e o Ismael, também gaúchos, foram os responsáveis pela nossa primeira acolhida. Falaram sobre os melhores tênis para neve, onde comprar as coisas mais bacanas, como funcionava o sistema social inglês, e por aí vai. Também já fizeram alguns churrascos deliciosos regados a chimarrão (com cuia do grêmio, claro), caipirinha, guaraná e muitas trocas de idéia BRASIL-INGLATERRA- PORTO ALEGRE.
Esse outro gaúcho, é casado com uma inglesa. Se conheceram no Brasil, moraram lá, tiveram um filho, vieram pra cá, tiveram mais um, essas coisas.
Complementando o post de ontem: eles só falam em português com os meninos, mas os meninos só falam em inglês. Parece uma conversa doida, ele pergunta em português, eles respondem em inglês, daí as vezes soltam uma palavra e, português com um sotaque que é uma graça. O mais velho nasceu no Brasil, veio pra cá com a idade do Lo, e agora só fala inglês (ai deus, será?)
Mas o que fica: é muito legal se reconhecer numa pessoa que a gente nunca viu na vida!!! Pra começar vem cumprimentar com um beijo e um abraço, o que já faz de cara a gente se sentir em casa, depois a conversa, a piada contra os ingleses, as situações de adaptação, a mudança.
Mas como pode uma cidade tão pequena abrigar tantos gaúchos assim?
Bom, não sei a resposta, mas que é legal é.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O inglesinho e seu inglês.

Agora já é completamente oficial, quando o Lorenzo brinca sozinho, ele brinca em inglês.
Já tínhamos reparado que as vezes ele fazia isso, mas era mais uma "enrolação", tipo um inglês que só ele entendia, agora não.
Ultimamente toda as vezes que está sozinho, acaba optando por falar (e pensar claro) em inglês.
Eu tenho uma teoria, que ainda não sei se é real, mas as vezes falamos com ele, e ele "o que?"daí repetimos, e ele "o que?", daí lá pela 3 ou 4 vez ele entende. Ontem falei, ele, "o que" e na hora lembrei de falar em inglês, e ele entendeu. Levei um susto!
Ainda não sei se é verdade, vou tentar mais vezes, a nível de curiosidade, porque vamos continuar falando em português em casa.
Acontece cada vez mais seguido dele vir falar com a gente em inglês. No começo achávamos lindo, agora corrigimos na hora. Falamos que em casa falamos Português.
Eu acho o processo muito interessante, como já falei aqui várias vezes.
Li bastante sobre isso, e sempre dizem que a criança opta por falar a língua do meio social, e não a familiar, como uma maneira de interação e aceitação.
Ele tem uma colega que os pais são espanhóis, mas ela já nasceu aqui, mas não fala uma palavra em espanhol!!!!! Hoje falei com o pai dela. Em casa eles falavam espanhol, mas ela sempre respondeu em inglês, sabe lá deus por que, já que foi pra escola só com 3 anos, e aos poucos eles desistiram de cobrar, então falam com ela as vezes em espanhol, as vezes em inglês, mas ela só responde em inglês.
Tenho uma amiga que é japonesa, casada com um espanhol, e eles moram aqui na Inglaterra. Uma salada de fruta, para os 4 filhos. Os dois mais velhos nasceram na Espanha. O mais velho fala espanhol, e inglês com um pouco de sotaque, o segundo e o terceiro falam espanhol e inglês com sotaque perfeito, e o mais novo que tem 2 anos ainda é um mistério. Olhem como funciona: ele não vai na escola, e em casa falam exclusivamente espanhol, MAS o pequeno quando fala, fala em inglês!!!!! considerando que ele passa 90% do tempo ouvindo espanhol, como acaba optando pelo inglês??? meio social minha gente, somos seres sociais, não tem jeito!
Em setembro, Lorenzo começa a escola full time , vai ficar das 09 da manha as 16hs, aí sim quero ver esse guri falar português.
E claro, ele continua nos corrigindo.
Volta e meia corrige nossa pronuncia, e quase todo dia me ensina uma palavra nova....


A foto é ele todo uniformizado, com um bom aluno inglês.

domingo, 8 de maio de 2011

Mamãe


A MINHA mãe é a pessoa que eu mais admiro e respeito no mundo. Ela me deu exemplos, conselhos, inspiração, carinho e amor. E tenho mais respeito ainda por ela porque ela aguenta no osso essa história do filho (e neto) viajando e estudando em outros estados e países. Mas pode acreditar, mãe, que eu também tenho que aguentar no osso essa saudade toda. 

Faltam palavras, é verdade, pra dizer tudo que a gente sente - também falta tempo e espaço. Mas ainda bem que amor de mãe (e filho) é imenso e essas coisas importantes a gente entende sem palavras. Uma vez minha mãe me disse que só se entende o que é ser filho depois que se tem um filho, e a cada dia que eu cuido do meu, entendo um pouco mais a minha mãe - o amor incondicional, a paciência, a dor e o orgulho misturados de ver o filho crescendo e sabendo que cada momento só acontece uma vez, mas mesmo assim, dura pra sempre. 

Mãe, feliz dias das mães! Te amo muito!

B.

Para ela:

Mãe é mãe.
Mãe só tem uma.
Ser mãe é padecer no paraíso.
Só se entende a própria a mãe depois que se tem filhos.
"Mãe são três letras apenas, as desse nome bendito..."

A minha definição de mãe é: eu sentada na frente do computador olhando pra tela em branco.

Ela amou, cuidou, brincou, brigou, se despediu, recebeu, se multiplicou quando ele nasceu, se despediu de novo e ficou com o coração apertado por estar longe em alguns momentos.
E sempre segurou minha mão e me empurrou enquanto tudo isso acontecia.

Para ti mãe, no dia das mães,
com o grande amor que está sempre pertinho.

Dani

sábado, 7 de maio de 2011

NHS

National Health Service, é o SUS inglês, por assim dizer.
A questão é complexa, muito complexa, mas achei interessante colocar aqui como funciona.
Assim que chegamos, achamos lindo.
Nos "inscrevemos" com uma GP, que é uma clínica geral, a médica responsável por nós 3. Chegamos lá, fomos atendidos, ela fez um histórico de nós 3, e ja saímos, eu com hora marcada pra clínica da asma, e o Lo com algumas vacinas. Tudo com horário marcado, atendimento quase sem atraso, uma beleza.
Uma coisa que é muito legal são as medicações: a gente só paga o valor da receita, que é básico pra tudo, 7,40£. Então se o remédio custa 100£, só pagamos 7,40£. Método contraceptivos são de graça, seja camisinha ou DIU.
Mas daí começamos a precisar de uns atendimentos....
O primeiro foi que machuquei o pé (óbvio) e resolvi ir na clínica porque disseram que tinham trauma. Chega lá, emergência só com enfermagem. Ok, aperta daqui, aperta dali e o diagnóstico: acho que não quebrou, mas é bom fazer raio X. Certo digo eu, vamos lá: ahhhhh mas aqui não fazemos exames, só no hospital, e a fila de espera é 5 horas. Hm... digo eu, acho que não quebrou mesmo, vou pra casa...
Essa clínica que somos registrados, é da universidade, e como essa tem várias pela cidade dependendo da região, como um posto de saúde, mas eles não tem absolutamente NENHUM equipamento de exames. Pensem em um clínica que atende trauma e não tem raio X pra terem uma ideia....
Nossa amiga precisou levar a filha com febre de 39 graus 3 vezes na clínica, pois em todas as vezes eles nem examinaram a criatura, dizendo que era um resfriado. Na 3 vez, depois de 2 semanas com a menina não dormindo e com febrão, colocarão uma pressão e medicaram ela. NOTA: um médico qualquer, pois aqui não vemos especialista NUNCA.
Nem sei o quanto sou agradecida pelo Lorenzo não ter tido nada desde que chegamos, pois pediatra aqui é artigo de luxo, as crianças só são encaminhadas se tem alguma séria, e para isso, é no hospital.
Outras coisas que nem vou comentar, só nos fizeram ver o quanto pagávamos barato pelo unimed,e o quanto sentimos saudade da pediatra do Lo que tinha o cuidado de não colocar crianças doentes juntas pra não se contaminarem (saudade mil Carmen!!!), e do meu querido médico que me encaixava em qualquer dia, qualquer hora e que aguentava minhas pirações de mãe de primeira viagem sempre com muito carinho e paciência...

Nem tudo são flores da terra da Rainha...


quinta-feira, 5 de maio de 2011

Das coisas que florescem...


O jardim aqui de casa (ou o jardinho como diz o Lorenzo), virou um projeto da familia.

Comecei eu, depois o Lorenzo achou interessante, depois o Bernardo foi se chegando tímido.
Já falei antes, que jardinagem é uma coisa muito inglesa. Eles adoram. Foi só a temperatura chegar a 10 graus que o povo tirou as luvas pra fora e começou a mexer e arrumar suas plantinhas.
Eu comecei o projeto depois de passar por um "miscarriage" (acho aborto uma palavra muito feia), que pouca gente ficou sabendo, em fevereiro.
Plantar, literalmente as coisas, me ajudou a processar o acontecido.
Eu e o Lo íamos la pra fora, ficávamos mexendo na terra, achamos uns bichos, rimos muito, colocávamos semente, água e aos poucos a coisa foi indo.
O que ficou de mais forte do jardim, é que na verdade, nem todas as sementes daquelas que plantamos cresceram. A gente cuidou, colocou água, tirou os bichinhos, mas por algum motivo que a gente não sabe nem entende, alguma delas, literalmente, não nasceram. Assim como  aconteceu com a gente.
Bernardo fez um regador com o Lorenzo, e todos os dias vamos lá, olhamos, molhamos, tiramos as folhas secas, e cada verdinho que sai pra fora da terra é comemorado.
Lorenzo ADORA. Como elas demoraram pra começar a crescer, era a maior decepção. Ele acordava e ia direto olhar, mas nada das plantinhas.
Mas eis que um dia elas começaram a aparecer. No momento temos várias mudinhas pra fora. Algumas não sei se realmente vão florescer, mas outras estão lá, fortonas e crescendo cada vez mais, daqui a pouco tenho certeza que teremos flores que plantamos com nossas próprias mãos (e corações).
Porque algumas delas, por algum motivo não florescem.
Mas se continuarmos plantando e cuidando, as florzinhas vão aparecer. Podem demorar, podem voltar pra terra, mas alguma hora vão aparecer.