domingo, 29 de julho de 2012

Um torcedor a menos para o Brasil


Eu sou a "maníaca da olimpíada", A D O R O. Tento ver o máximo possível e tudo que não assisto de televisão em 4 anos, compenso nesses 16 dias, porque quero saber tudo o que aconteceu. Sou do tipo que chora quando o cara ganha, chora quando o cara cai e chora quando o cara cai levanta e depois perde. Enquanto escrevo estou com 3 canais abertos da BBC aqui no computador.

Gosto, entendeu?

Hoje de manhã comecei a marota na frente do sofá, e percebo que por motivos óbvios, eles cobrem os jogos do time do Reino Unido. Começo um busca desenfreada por onde assistir e acompanhar o Brasil ao que o Lorenzo todo calmo me diz: "mãe, tu não precisa achar os jogos do Brasil, o nosso time ta aí, passando na TV olha... " e lá esta a Union Jack voando aos quatro ventos.

"oi querida, eu sou o time certo!"


Argumentei, que podemos torcer para os dois países já que temos vínculo com os dois (tá, não usei a palavra vínculo com ele), mas conversa vai conversa vem ele disse que quando os dois times jogarem um contra o outro ele vai torcer para o Reino Unido.

Uns 2 dias atrás eu e o Ber conversávamos sobre o quanto acreditamos que o inglês já é a língua "confortável" para ele. 
Semana passada pela primeira vez ele foi meu tradutor em um loja. Queria comprar uma redinha de pesca e a palavra me fugiu da mente. Perguntei se ele sabia como era, respondeu que não, mas na hora que eu estava explicando para o vendedor em mil palavras o que queria, ele falou o nome do negócio.
É super interessante como as vezes as duas línguas andam paralelas na cabeça dele. Se perguntamos como é determinada palavra em inglês, ele diz que não sabe, mas se tem que falar, ele sabe com certeza!
inglesinho mais lindo!
inglesinho mais lindo


Enfim, tudo isso pra dizer que o clima olímpico está muito legal. Tudo esta fervendo e respirando olimpíadas, mas segundo os entendidos do assunto, assim que ela se for Londres sentirá na pele uma diminuição no turismo graças aos preços lá nas alturas de tudo.
Veremos.

Mas deixa eu ir que minha nova modalidade olímpica me espera: arco e flecha! A D O R E I . 

terça-feira, 24 de julho de 2012

Sabe gringo indo a praia?

O verão chegou.
Com um pequeno atraso de 3 meses, nada inglês da parte dele.

Estamos com dia lindo e céu azul desde domingo, com temperaturas chegando a inacreditáveis 27 graus hoje. 

Ontem aproveitamos e fomos a praia.
Pegamos o trem e em 45 minutos estávamos lá. Quase como ir até o centro da cidade e custando praticamente o mesmo valor.

Morando na Europa a 2 anos, entendemos perfeitamente como os ingleses/alemães chegam no Rio de Janeiro da vida e simplesmente se apaixonam pelo Brasil!

As praias aqui são lindas, mas é um jeito completamente diferente de se ir a praia.

Pra começar a água é tão gelada, mas tão gelada que o Bernardo resumiu bem : a gente acostuma depois que perde a sensibilidade na pele!
Com calor e felizes!

A maioria das praia tem pedras. P E D R A S do tamanho do pulso da gente no mínimo, tornando tudo muito bonito e um tantinho dolorido.

A maioria das praias (todas que visitamos na verdade) possuem todo um complexo de entretenimento na beira do mar. Tipo um calçadão gigante  com parque infantil, mini golfe, brinquedos infláveis... porque vamos combinar, considerando que no verão todo tenha sei lá, uns 4 dias de temperaturas acima de 20 graus, o povo precisa ter outra desculpa pra ir a praia que não seja o mar certo?

Fizemos a maior farofada de todos os tempos: chegamos e já fomos direto no super mercado comprar:
1. bebidas geladas
2. frango assado (sim, verdade)
3. salada 
4. sorvete haagen dazs de sobremesa 

E fomos para a praia.

Cheguei meio envergonhada de tamanha farofada, mas já "desenvergonhei" quando vi uma família com fogareiro elétrico fazendo salsichas!!! juro por deus!

Lorenzo curtiu muito, arremessou um milhão de pedras, encarou o mar gelado (nós também!!!) e remou um caiaque junto comigo num laguinho a beira mar.
Alice começou meio desconfiada de tudo, mas acabou curtindo o pé da areia gelada.

Bernardo tomou uma queimadura master porque segundo ele "faz tão pouco sol que nem posso passar protetor pra aproveitar o máximo possível" 

Antes de ir embora, uma sorvete e uma cerveja no píer olhando aquela imensidão azul, já que pais também são gente né?

Como não poderia deixar de ser, momento "ainda morro disso", chegamos exaustos na estação de trem, trem passaria em 20 minutos. Sentamos e.. e... ao que tudo indica Alice adora fazer cocôs explosivos em trens ou perto deles. Roupa (nova) toooooda suja, e agora? corre a Daniela no super mercado ao lado pra trocar a criatura. Vou esbaforida segurando a guria daquele jeito sabe? com as mãos pra frente do corpo para não sujar minha blusa BRANCA com todo aquele cocô, passo pela porta, toca o alarme do super. Finjo que não é comigo e sigo minha missão de trocar ela correndo e voltar para não perder o trem.  
Estou lá super empenhada, tiro a roupa e escuto: mãaaaae, mãaaaaaaaeeeeee. Abro a porta do trocador, Lorenzo e Bernardo esbaforidos que o trem tinha chego na estação e outro só depois de 1 hora. 
Pego a fralda suja, arremesso no lixo, passo um lenço umidecido de qualquer jeito, coloco uma fralda mais de qualquer jeito ainda e entrego a menina quase  limpa para o papai enquanto guardava o resto.

Cena: Bernardo correndo com uma criança pela mão e  com outra pelada no colo exalando aquele perfume doce de cocô de bebê amamentado e eu correndo atrás quase sendo presa porque de novo apitei na porta enquanto saía. No meio do caminho Ber grita: e o carrinho? tu esqueceu? ao que respondo: não, tu esqueceu, porque ficou com vocês na estação....
Sorte que estamos na Inglaterra e ele estava lá onde eles deixaram.
Chegamos na estação (lembrando: criança, criança pelada, pai vermelho-pimentão e mãe com mãos cheias de cocô) e o trem, claro, tinha partido.

Mas não se preocupem, não tivemos que esperar uma hora, porque obviamente aquele trem que tinha chego antes não era o nosso. O nosso chegou pontualmente na hora que deveria,  uns 10 minutos depois, dando tempo para a criança ser vestida e a mãe lavar as mãos.

Que tranquilidade e planejamento que nada, nós queremos é diversão!


quinta-feira, 19 de julho de 2012

Quem nunca?

Maternidade sua linda. Realização suprema de todas as mulheres. Nos deixa felizes, completas e lindas. 
Só que não.




Me irrita por demais mulheres que simplesmente não conseguem admitir que ser mãe não é toda essa maravilha o tempo todo. Sempre digo, que ter filhos é muito melhor do que eu achava e também muito pior. Ahhhhhhhhhhhh que hoorrrrrrooooooorrrrr, nãoooooo diz isso!!!! mas creeeeeedddddoooo, dizem as mães que nunca: 
1. gritaram com seus filhos mais do que deviam e depois se acabaram em remorso (ou não)
2. passaram uma noite em claro (porque os filhos "dazamiga" sempre dormem a noite toda né não?)
3. pensam em fazer outra coisa além de cuidar dos pequeninos.

Já falei que acho mentira uma enganação para as que não tem filhos esse papinho de "tudo é lindo daqui de onde vejo", venham sem olhar para os lados. (tocando ao fundo a marcha do Darth Vader sabe?) 

Cheguei a seguinte conclusão: tudo o que se  fala sobre a maternidade é verdade: que tu nunca mais vai dormir do mesmo jeito, que não existe amor maior, que as grávidas tem sim hemorróidas, que ver teu recém nascido pelo primeira vez é sem dúvida a maior emoção que existe e por aí vai.  Maternidade é aquela coisa que SEMPRE tem alguém pra contar, falar, dar palpite e conselho, tudo que é dito é exagerado, intenso e explosivo, igual cocô de bebê.

Nós, diferentes das lindas lá de cima, ficamos descabeladas, com roupas cheias de vômito, olheiras de panda e contamos no blog pra todo mundo como forma de dividir a bronca, assim como compartilhamos com o mundo o dia que a bebê da família se mata de gargalhar só porque o ídolo irmão mais velho estava caminhando e cantando quando passava por ela. E são esses momentos que fazem toda a bagunça valer a pena sim.

É ou não?
Abaixo a mãe perfeita gente, sejamos todas loucas, gritonas e felizes. Principalmente felizes.



terça-feira, 17 de julho de 2012

A difícil arte de se enquadrar.

lindão e corajoso.

Já falei aqui inúmeras vezes aqui sobre a escola do Lorenzo. O quanto eu gosto, o quanto ele gosta, e o quanto foi importante para nossa adaptação ele frequentar esse ambiente social.

Nos últimos tempos percebemos que ele tem reagido a escola de maneiras diferentes.

Apesar de adorar, o esforço necessário para estar ali e principalmente de se enquadrar naquele esquema, tem deixado nosso pequeno cansado. Muito cansado.

Já expressei minha opinião sobre a alfabetização precoce. Não concordo, não gosto, acho desnecessária 
e egoísta, minha veia de aluna Waldorf fala mais alto e não me sinto confortável em ter meu filho nessa situação. Ele começou a ler e escrever com 4 anos. Agora com 5 mostra facilidade, mas não tem a menor paciência para sentar, pegar papel e lápis e começar a escrever.

Na semana passada recebemos o boletim dele (!) e um parecer descritivo. A professora falou da facilidade de comunicação, do quanto social ele é, como adora e é bom em esportes e também que começa a escrever e logo foca o interesse em outra coisa não terminando a sentença. 

Sei a maioria das escolas começa alfabetizar cedo, que o mundo está cada vez mais competitivo e bla bla bla, mas vamos combinar, se o mundo está assim, deixa as crianças serem crianças o maior tempo possível! se preocupar em ser bom com 5 anos de idade é o cúmulo meu povo. E o Lorenzo se preocupa.

O dia que não conseguiu pegar uma "key word" nova (uma palavra que consegue ler com fluência) ficou super chateado. Quando falam pra ele que precisa fazer um "hard work" para atingir determinada etapa ele fala e repete algumas vezes...

Acho sim muito importante que ele seja desafiado, que exijam atenção e comportamento adequado, mas sinto que tudo isso é de mais para ele.
Os ingleses funcionam naquele sistema de excelência acima de qualquer coisa. Uma sala com 100 crianças em silêncio absoluto, um aluno sentando correndo só com o olhar da professora e um "esporro" na frente dos colegas pode ser educativo, mas tenho dúvidas se respeita o ritmo natural de cada criança

Percebo que o Lorenzo se enquadra em tudo isso. Quando chega na escola, se nós falamos um pouco mais alto (abrasileirando o ambiente) ele mesmo nos chama a atenção. Tem pavor de alguém olhar pra ele por um pouco mais de tempo, pois logo acha que vão rir dele. Leu e escreveu em uma língua diferente rápido e com desenvoltura, mas tudo isso tem um preço.

Quando chega em casa está extravasando tudo aquilo que na escola se contém para não fazer. Quer gritar, correr, testar limites e mais que tudo, saber que mesmo não sendo aquele ideal ainda assim é amado e respeitado.
Nos finais de semana percebemos ele muito mais leve e relaxado. Brinca mais tranquilo, cria brincadeiras fora do padrão e fica mais feliz.

Para nós todo esse enquadramento em uma cultura diferente é difícil, mas como adultos conseguimos lidar com tudo e mesmo nos frustando vez ou outra saímos (quase) inteiros. Para ele, que é cobrado comportamentos e posicionamentos que não tem a maturidade (nem a vontade) de fazer, a coisa estoura em outro lado.

As férias de verão começam nessa sexta. Programei uma pequena "festinha interna" para ele, com direito a cartaz de Boas Férias , negrinho e um brinquedinho para brincar na rua (se o verão resolver aparecer). Diferente do Brasil onde a criançada tem quase 3 meses de folga, por aqui são 6 semanas. Temos muitas coisas divertidas programadas e muitas horas de ócio, filmes, futebol e video game nos esperando. Temos casa de vó (e mãe!!!) esperando, cheias de balas, desenhos na tv e colo. E todos voltaremos revigorados para mais um ano letivo.


quinta-feira, 12 de julho de 2012

A gente nasce, cresce, se reproduz e pula do aquario no meio da noite.

O projeto desses últimos meses na escola do Lorenzo foi o ciclo de vida de alguns animais. Eles começaram com girinos. Por toda a sala tinha espalhado desenhos de sapos, colagens de ovos, e cada dia ele vinha contando uma coisa diferentes a respeito do tadpole. Pouco mais tarde, no centro da sala tinha um áquario com os ovinhos que aos poucos começaram a se transformar em pequenos e nojentos girinos. Alegria da criançada que acompanharam de perto os gelatinosos ganhando patas e rabinhos. Logo depois tiveram um recesso de 1 semana, e na volta quando perguntei como estava os girinos, veio a resposta dele: eles cresceram todos e pularam pra fora do aquário durante a noite deixando ele vazio. "ahhhhhhh bom" respondemos pra ele. Não sei de todo mundo, mas a maioria das pessoas teve um cachorro, um gato, um passarinho, um hamster (oi irmã!) que foi para um sítio lindo e cheio de espaço para correr, conhecido pelos pais como lixão. Quando viemos pra cá, deixamos nossa gata com a Tata, que cuidava do Lo em Porto Alegre. ele muito esperou para reencontrar a felina, mas um mês antes da nossa visita no ano passado, ela partiu dessa pra melhor (ou pra pior dependendo de cada um). O que dizer para uma criança que mudou de casa, pais, de língua, que deixou amigos e avós em outro lugar? mentir descaradamente ou respirar fundo, encarar a vida como um ciclo eterno de perdas e ganhos e ser honesto com o pequeno? Optamos sem o menor remorso pela primeira opção: Lua está em um sítio grande correndo com outros gatos e sendo feliz. É nesse espaço que Lorenzo em 2025 lendo as aventuras da própria família na Inglaterra láaaaa nos idos 2012 descobre que na verdade a gata morreu. Desculpa filho, achamos que seria uma perda muito dolorida e desnecessária naquela etapa da tua vida ;) Continuando. Não sei de onde ele tirou essa história dos girinos. Acho pouco provável que a professora tenha inventado essa. Provavelmente ele chegou na sala, não viu o aquário e completou a história com as probabilidades possíveis. Aos poucos nós introduzimos o assunto morte com ele. Quando passamos por cemitérios ele acha curioso e aponta: ali tem um monte de gente que morreu. Mas tenho cereza que não faz muita ideia do que significa, porque ainda bem, não tem experiêcias marcantes com relação a isso. A sala continua cheia de animais. No momento tem uma chocadeira com uns 10 ovos e 5 corajosos e bravos pintinhos recém nascidos em um pequeno viveiro improvisado pela maravilhosa professora no meio da sala. As crianças chegam e vão direto ver se nasceu mais algum, se estão caminhando, se estão "flufinhos" (no ingles aportuguesado do Lorenzo) e todo querem pegar (e apertar) os coitados. No outro canto um viveiro começa a ficar colorido, com borboletas saindo de dentro de seus casulos, depois de cada criança receber a sua lagarta e observar a mudança. Tomara que os pintinhos sobrevivam a 25 crianças curiosas e as borboletas durem mais de 24 horas. Se bem que o Lorenzo jura que ontem um pintinho estava tentando voar, mas não saía do lugar. Quem sabe se tudo mais der errado eles não voem todos juntos para um país onde existe verão e vão caçar minhocas em um lindo campo de flores. Ele ainda tem muito tempo pra aprender e tentar entender que não é bem assim que a coisa funciona. Enquanto isso a gente vai colorindo a história.

terça-feira, 10 de julho de 2012

"A saudade é senhora...."


No final dessa semana nossos irmãos, Fred e Thaís, e o pequeno Davi estão voltando para o Brasil.

eu explodindo de Alice na última visita deles 

Pra quem não sabe, eles são nossos amigos da faculdade láaaaa de Curitiba. Fred era nosso colega, Thaís era vizinha/colega de trabalho/e ficava de olho no seu Frederico, soma essa que originou o lindo e falante Davi alguns anos depois.
Amigos muito especiais que tornaram a saída de Curitiba tão difícil quanto a chegada lá. 
Quis o destino (e a boa persuasão do Bernardo) que dividíssemos juntos essa grande aventura que é ser expatriado, eles ali em Londres nós aqui em Norwich. Compartilhamos natal, ano novo, saudade e crianças brincando juntas.

Queridos amigos, que a volta seja cheia de desafios e vitórias. Saibam que foi muito muito especial estar com vocês no velho mundo e nessa fase tão importante das nossas vidas. Já nos despedimos uma vez 8 anos atrás, e já sabemos que isso não significa nada. 
Até daqui a pouco.

nossos pequenos dando continuidade a amizade

domingo, 8 de julho de 2012

Consulado, metralhadoras e cocôs explosivos.

Dona Alice até então era uma mocinha sem pátria. Nascida na Inglaterra de pais brasileiros a pequena foi registrada aqui, mas por lei "pertence"ao Brasil. Com a nossa ida a terrinha mês que vem a moça precisou ser legalizada, e isso só pode ser feito no consulado brasileiro em Londres.
A aventura começou lá em maio, onde compramos passagem pra turma toda, reservamos hotel e agendamos para fazer certidão de nascimento e passaporte.
Juntar toda a papelada foi moleza (fora que precisei da minha identidade que estava no Brasil) perto da função que foi tirar a foto do passaporte da criatura. Por aqui existe em toda parte essas máquinas que tiram a foto certinha, MAS paga-se 3 libras por uma tentativa, quantas libras eu precisaria desembolsar até conseguir que ela: 1. olhasse pra frente 2. fizesse uma expressão neutra (oi?) 3. não tivesse sombra em nenhuma parte do rosto. Optamos então por tirar em casa e ver no que dava. E chegamos a esses resultados:


olá, não tenho pátria mas sou faceira que só vendo

me chama de furiosa, vai!

 ligeiramente elfa, e daí?


 essa sou eu no meu passaporte!

Sei que tiramos um milhão de fotos até chegar em uma que se enquadrava no que eles queriam e que representasse a fofurisse dela :)





Nosso trem Norwich - Londres estava marcada para as 11hs. Precisei passar antes para revelar a foto, já que gosto de encrenca emoção no último minuto, enquanto Ber foi com as crias para a estação. Voltei esbaforida correndo e: trem cancelado!
Disseram que tinha um problema em não sei o que, e nosso trem foi cancelado, mas poderíamos embarcar no próximo as 11:30. Ok ok, só 30  minutos a mais.
Os trens aqui funcionam tipo ônibus, quem compra com antecedência tem lugar marcado,  quem compra na hora não. Cada vagão tem algumas meses, com 4 lugares, um de frente para o outro, então sempre corremos na frente para tentar pegar uma dessas. Calculem: 2 adultos, 1 criança hiperativa animada, 1 bebê, 2 mochilas e um carrinho..... acho que as pessoas devem ficar com pena da loucura e acabam deixando a gente passar na frente....
Sentados cada um no seu lugar, malas no bagageiro, carrinho fechado, coloco Alice no banco ao meu lado e....... poooooooooodkjdifoidfifuidfoid (imaginem o barulho de uma bomba atômica) um super ultra mega cocô explosivo que deu pra ouvir até  do outro lado da estação, detalhe: os trens não têm trocador. Não pensei duas vezes, estendi o trocador no banco que estava sobrando e troquei a fralda ali mesmo, fazer o que?
Chegando na estação Londres começamos a sentir o clima de olímpiadas. Um oriental na nossa frente foi parado pela polícia que estava a espera dele (!) e no desembarque outros dois policiais estavam armados com metralhadoras gigantes!!!!! Enquanto estávamos por lá, um ônibus foi parado e todas as pessoas evacuadas pois tinham suspeitas de terroristas a bordo. Medo!
Enfim, Londres com criança e bebê é sempre uma loucura diversão. Não são todas as  estações que tem elevador, então eu colocava Alice no sling, pegava o Lo pela mão e o Bernardo escada baixo e escada acima com mochila e carrinho.
Lorenzo adora a função toda. Fica suuuper numa boa, espera metro, caminha pra caramba e nem reclama de nada. Desde que tenha hotel, pra ele ta valendo qualquer coisa. Ficamos no easy hotel, super em conta, mas pode ser considerado quase um hotel-cápsula de tão pequeno. É daqueles que até pra respirar cobram a mais sabe? não tem internet, toalha extra e até o controle remoto pra ligar a TV é cobrado a parte, mas como só vamos pra dormir mesmo, tá beleza.
Na quinta fomos no consulado e depois de toda função da papelada, Alice já tem certidão e passaporte e está pronta pra  conhecer o resto da família.
Sempre digo que quando em Londres quero muito morar lá! adoro as pessoas engravatadas por toda parte, as mil culturas diferentes e aquela correria típica de cidade grande. Mas depois de umas horas tudo que quero é voltar para a tranquilidade do interior sabendo que ela está ali, a 2 horas de distância.