quinta-feira, 28 de junho de 2012

Boilling


Essa é expressão usada pelos ingleses quando o calor esta calorento mesmo. Nada mais é do que fervendo.
Hoje esta assim.
Lorenzo brincou de arma de água, Alice ficou de perna de fora,nosso vizinho cor branco transparente estava num vermelhão inacreditável de brincar no sol e o ventilador funcionou o dia todo.
Detalhe importante: estava 24 graus.
O que deixa a pergunto: em nome do senhor, como iremos sobreviver novamente em um verão Porto Alegrense?
Alice noite passada não dormiu direito, e acredito que foi de calor, já que o quarto deles bate sol ate 22hs. (e não é força de expressão)
O calor, obviamente, foi só hoje. Amanhã voltaremos ao verão normal com máximas de 18 graus, mas a reflexão fica.
É impressionante como nos adaptamos com o tempo a diferentes exposiçoes climáticas. Não acho 10 graus frio e simplesmente não consigo imaginar como pessoas podem sobreviver a 43, já que os nossos 24 estão bastante desagradáveis. 
Vou ali tomar um banho gelado pra dar uma aliviada e ja volto....

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Muamba, não macumba.


Paçoquinha.
Puxa- puxa.
Melado (pra fazer puxa puxa quando este terminar)
Café
Chocolate branco

Não é receita, é a lista do Bernardo das coisas que PRECISO trazer do Brasil em agosto.

Umas das coisas que sempre complicam na chegada a um país novo é a diferença de alimentação. Quando se está viajando, sem problemas, experimentar coisas diferentes afinal de contas é um dos objetivos de se conhecer diferentes lugares, mas quando se mora no  "diferente lugar" ahhhhh.... que falta fazem!!
Quem é expatriado sabe, receber uma coisinha do seu país de origem, por menor que seja, acalma o coração e dá uma segurada na saudade.
Cada um que vem nos visitar já sabe: hospedagem se paga com erva, café e outras muambas brasileiras.
Minha mãe em fevereiro chegou com uma mala a mais só das minhas encomendas, cada pacote desembrulhado vem com o cheiro de alguma lembrança bacana.
Pro Lorenzo: bala de goma e BIS. Pra mim café melitta e pro Bernardo Bisnaguinha. Erva tenho um estoque, pois cada um que vem traz consigo uns 3 ou 4 pacotes,garantindo o sangue gaúcho nas veias.
O mais engraçado é o pânico do povo de ser pego na imigração com toda a tralha. Minha sogra em abril, chegou com 4 barras de chocolate crocante pro Ber, mas tinha comprado bem mais, só ficou com medo de trazer. Já pensou a cena: "mas seu moço, é pro meu filho, é só chocolate!! - mas precisa de 10 barras de chocolate minha senhora? na Inglaterra por acaso eles nunca ouviram falar em cacau? " Mas o gosto do chocolate crocante garoto pro Bernardo  tem gostinho de casa de  mãe... é diferente sim.
Nossos amigos portugueses sempre trazem de portugal  produtos brasileiros também. Graças a eles temos no freezer uma 51 que garante uma caipirinha ocasional, e feijão preto pra matar a vontade.

Na verdade as muambas, mais do que comidinhas gostosas, são um afago da nossa família e amigos pra não nos deixar esquecer o gosto que o Brasil tem.



em tempo: eu e as crias estaremos desembarcando em terras brasileiras em agosto enquanto seu Bernardo vai garantir o estoque de arroz no Japão, com a bela desculpa de fazer pesquisas para sua tese  :) 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Sempre marchando!

Pra quem não sabe: 2 finais de semana atrás saiu uma reportagem no fantástico sobre parto em casa, causando grande repercussão nacional. O conselho do Rio de Janeiro de obstetrícia solicitou a investigação do  médico que apoiava o parto, já que ele "não deveria fazer isso". 
A consequência: milhares de mulheres se organizaram contra esse pronunciamento do conselho e foram as ruas nesse último final de semana, na "marcha pelo parto em casa"
Não pari em casa. Na verdade, não tenho culhões pra isso, não me sentira segura o suficiente para encarar, mas de maneira nenhuma acredito que tenho o direito de dizer para outras mulheres não o fazerem.
Conversando com a minha mãe, percebi que as pessoas ainda acham que parto em casa é aquilo: "traga as toalhas, preciso de água quente, mais toalhas por favor!!!" quando na verdade, um parto domiciliar é assistido por médico, enfermeira, doula e pediatra! a obstetriz leva oxigênio caso bebê ou mãe precisem, todos os instrumentos são esterilizados e existe uma lista gigante de motivos que poderia fazer a equipe mudar de ideia e imediatamente ir para o hospital. E o fator que sempre as pessoas deixam de lado: quem nesse mundo quer mais que aquele bebê nasça saudável? a mãe meu povo!!! a mulher que escolheu parir em casa, se informou, leu, ouviu, decidiu, pagou e mais um monte de coisa! ela não é uma louca/bruxa/comedora de placenta e mais tantos outros apelidos designados a essas mulheres.
Fiquei pensando em quantas marchas encaramos durante a vida Quantas vezes precisamos reafirmar nossas decisões perante outras pessoas, outros profissionais, as vezes até perante nossa família.
Esses grandes assuntos que permeiam as polêmicas : aborto, amamentação prolongada, cesárea, parto natural, cama compartilhada, todo mundo e digo TODO MUNDO MESMO tem suas próprias opiniões a respeito, agora a sair atacando quem pensa diferente... alo gente, século 21 ta lembrado?
Todos temos direito de não concordar também. O que serve pra um não serve pra outro. Não concordar tudo bem, agora não respeitar?
Eu passei por duas perdas gestacionais ridicularmente dolorosas.  O processo todo é doído fisicamente e psicologicamente, e agora me perguntem, sou contra o aborto? Não, não sou. Eu não faria, mas respeito quem o faça. Acredito do fundo do coração que ninguém nesse mundo de meu deus tem o direito de dizer e julgar ações que só dizem direito aquela família. E os direitos do bebê que ainda não nasceu vocês me perguntam... e os direitos daquela mulher que simplesmente não pode ou não quer ser mãe naquele momento eu pergunto a vocês.
Essa marcha, mais do que parir em casa, diz respeito a escolhas. 
Eu escolhi uma cesárea, amamentar por quase 3 anos, não fazer cama compartilhada, ser uma mãe que controla a tv mas não tem problemas em liberar umas bolachas recheadas. Depois mudei de ideia e escolhi um parto natural, com música, cócoras e luz fraca. Nessa minha marcha muita gente achou que eu era maluca, e tudo bem por mim! não preciso que todos concordem com o que eu faço, mas rodo a baiana mesmo se não me sentir respeitada por essas escolhas.
Está sendo lindo acompanhar de perto essa virada da maré no sistema obstétrico brasileiro. Mulheres brigando, marchando, escrevendo em defesa do único direito incontestável: ESCOLHA
Que num mundo onde a gente precisa a todo instante gritar para reafirmar nossas decisões (seja elas quais forem) essa marcha sirva como um lembrete que tudo é questão de respeito. 



Em tempo: meus pais estiveram na redenção no domingo e sem querer deram de cara com a marcha em Porto Alegre. Fico feliz de saber que pensaram em mim, que eu iria gostar de ver, e fotografaram. Segue então como meu apoio virtual.




sábado, 16 de junho de 2012

Casa no campo e um filho de cuca legal.


Nós tentamos mais do que passar valores para nossas sementinhas aqui, ensinar pelo exemplo.
A gente fala, explica nosso ponto de vista, mostramos as coisas que achamos bacanas, mas se um dia Lorenzo nos pegar fazendo o contrário todo bla bla bla foi pelo ralo.
Morando aqui, diariamente lidamos com preconceitos e  diferenças e tentamos sempre mostrar pra ele, e agora pra Alice, que cada um tem seu jeito, que mais do que ser diferente, é simplesmente ser.
Quando nos pergunta porque as muçulmanas usam véu, explicamos o que sabemos. Quando aponta alguém que achou engraçado, explicamos porque não é legal rir e assim por diante.
Aqui no village, quando todas as crianças se juntam, temos praticamente um pequeno conselho da ONU: brasileiro, africana, inglês, italiano, autraliana... cada um de um tamanho, com uma cor diferente, mas todos reunidos ao redor de um balde de pipoca sentados na calçada brincando.
Aos poucos eles questiona de onde vem os bebes, como se formam os casais e  as famílias. Nós falamos: tem família com pai, mãe e filhos, como nós, tem família só com mãe, só com pai, com duas mães, dois pais, com 10 filhos, com nenhum filho.... tenho certeza que se dois homens ou duas mulheres se beijarem na frente dele, a reação vai ser a mesma de ver eu e o pai nos beijarmos.
Tudo isso pra contar, que ontem ele conversava ao pé do ouvido com Alice, falando que ela ia crescer... caminhar, falar, ir pra escola e quando ficasse adulta podia arrumar um namorado, ou uma namorada, "porque a gente pode gostar de quem quiser"... meus olhos (e coração) se encheram de amor e da sensação de  trabalho cumprido. Morro de orgulho do menino mais boa praça do mundo!



família mestre cuca de cuca legal!!




sexta-feira, 15 de junho de 2012

Votos!

People, para votar no meu post favor acessar :http://bit.ly/LdK1os pela conta do facebook.!
Vai que da?

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Eles, os da minha vida

Então por aqui temos dois. 
Mais do que dois, temos irmãos.
Alice do alto dos seus 4 meses só tem olhos para o irmão. Procura por ele e quando o vê abre um sorriso enorme. É só para ele que ela treina gargalhadas. Sorri o tempo todo, mas para o Lorenzo, é aquela engasgadinha linda que os bebês fazem. Se está chorando é só chamar por ele que chega agitando e fazendo ela perceber outras coisas.
Lorenzo está apaixonado pela irmã. Fica com ela no colo, gosta de trocar fralda, quer saber o que ela fez enquanto ele esteve na escola  e agora começa a conversar, com um assunto só deles. Quando percebo estão os dois, lá longe, num papo de transbordar o coração.
Essa semana pegamos sem querer um cena hilária: ela no bouncer no chão, se abrindo em sorrisos banguelas pra ele, e ele indignado que ela estava com os cabelos desalinhados. Passava a mão, tentava abaixar os fios, e não teve dúvida, lambeu o dedo com todo cuidado e molhou o topete que teimava em arrepiar. Cuida, beija, ama.
Ter um dupla é , claro, muito mais cansativo do que eu imaginava. Cada um tem uma necessidade diferente, acordam em horários diferentes, e os dois querem os pais ao mesmo tempo.
Mas ta sendo uma curtição.
Hoje ele acordou e pulou pra nossa cama. Uns 20 minutos ela chorou e trouxemos também. Ficamos "dormindo" enquanto Lorenzo conversava com a irmã. Pegou na mão, fez carinho, perguntou se ela dormiu bem... enquanto ela dava gritinhos e se remexia toda.
Acompanhar a construção dessa relação está sendo intenso. Deixamos o máximo possível que eles interajam sozinhos, sem mediações ou cuidados exagerados, para que encontrem o caminho dessa amizade que certamente será para toda vida.






sábado, 9 de junho de 2012

Das coisas que não florescem



Este post é um candidato ao Melhor post do Mundo, da Limetree
 Publiquei esse post em 05.05.2011 e agora ele esta participando de um concurso que estará aberto a votação apartir de 15 de junho. Quem tiver conta no facebook e quiser votar, agradeço. Escolhi esse por dizer muito ao meu coração na época, e agora com tudo florescido ainda fazer sentindo. 


O jardim aqui de casa (ou o jardinho como diz o Lorenzo), virou um projeto da familia.

Comecei eu, depois o Lorenzo achou interessante, depois o Bernardo foi se chegando tímido.
Já falei antes, que jardinagem é uma coisa muito inglesa. Eles adoram. Foi só a temperatura chegar a 10 graus que o povo tirou as luvas pra fora e começou a mexer e arrumar suas plantinhas.
Eu comecei o projeto depois de passar por um "miscarriage" (acho aborto uma palavra muito feia), que pouca gente ficou sabendo, em fevereiro.
Plantar, literalmente as coisas, me ajudou a processar o acontecido.
Eu e o Lo íamos la pra fora, ficávamos mexendo na terra, achamos uns bichos, rimos muito, colocávamos semente, água e aos poucos a coisa foi indo.
O que ficou de mais forte do jardim, é que na verdade, nem todas as sementes daquelas que plantamos cresceram. A gente cuidou, colocou água, tirou os bichinhos, mas por algum motivo que a gente não sabe nem entende, alguma delas, literalmente, não nasceram. Assim como  aconteceu com a gente.
Bernardo fez um regador com o Lorenzo, e todos os dias vamos lá, olhamos, molhamos, tiramos as folhas secas, e cada verdinho que sai pra fora da terra é comemorado.
Lorenzo ADORA. Como elas demoraram pra começar a crescer, era a maior decepção. Ele acordava e ia direto olhar, mas nada das plantinhas.
Mas eis que um dia elas começaram a aparecer. No momento temos várias mudinhas pra fora. Algumas não sei se realmente vão florescer, mas outras estão lá, fortonas e crescendo cada vez mais, daqui a pouco tenho certeza que teremos flores que plantamos com nossas próprias mãos (e corações).
Porque algumas delas, por algum motivo não florescem.
Mas se continuarmos plantando e cuidando, as florzinhas vão aparecer. Podem demorar, podem voltar pra terra, mas alguma hora vão aparecer.


Para votar acesse aqui

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O dificil, o fácil e todo resto.


Tem uma coisa que sempre acontece comigo: as pessoas acham quem eu levo uma vida fácil. 
Não é fácil igual feliz, plena, satisfeita, é fácil de falta de dificuldades. As pessoas acham que as coisas simplesmente acontecem, caem do céu, são dadas de bandeja por deuses vestidos com mantos de ouro e cheirando a  flores do campo.
Essa semana postei no face um texto escrito por uma mulher reclamando como as pessoas acham que ela "deu sorte" com marido que tem, começa dizendo algo como: "pais não fazem babysit, cuidar dos nossos filhos não faz do meu marido um santo". (leiam aqui) Esse é meu primeiro ponto.
Não me levem a mal, acho o meu marido o melhor do mundo! melhor homem, melhor pai, melhor tudo! agora a dizer que eu tive sorte, que tirei na loteria ou sei lá o que só porque ele troca fraldas, se diverte com os filhos e passa aspirador na casa é um absurdo. Tem homens que não fazem nada disso? tem, e muitos, por isso não sou casada com nenhum deles. Os filhos foram projetos nossos. A casa é nossa, a vida é nossa, não visualizo como poderia ser diferente, e tenho certeza que ele também não.
Lorenzo é uma figura.
Bagunceiro que só ele. Inteligente que nem acredito. Dei sorte de novo?
Aprendeu uma segunda língua, começou a ler na segunda língua com 4 anos, devora livros o dia todo, e tem memória de elefante. Ele nasceu assim? Foram aqueles deuses bonitões que trouxeram ele prontinho no bico da cegonha? não meus queridos.... foram papai e mamãe que insistiram nas histórinhas quando ele ainda nem sentava direito, que deram amor, apertos nas buchechas e sorrisos suficientes para que ele se sentisse seguro em explorar e extrapolar o mundo.
Tive um parto natural lindo e intenso depois de uma cesárea! olha que raridade! olha que sorte! "mas também, morando na Inglaterra qualquer um tem" Não precisei  fazer quase nada além de caminhar todos os dias, inclusive  com -5 graus, passar quase 9 (ou 10 né) meses de cócoras, discutir com médica, convencer um monte de gente que eu não era louca e parir né? sabe o tamanho da Alice? pois é....
Alice tem 4 meses e 7kg. Aaaaaiii mais que esses deuses cabeludos não se cansaram ainda?  me deram peitos com litros de leite, é só ela mamar. Quase não é cansativo amamentar a cada hora durante o dia inteiro, e esperar como vai ser a noite, tomar uns 4 litros de água e cuidar o tempo todo o que se come ou bebe.
Tudo isso já escutei, não uma nem duas vezes. To pra dizer que quase todos os dias alguns desses ítens se sobressaem em alguma conversa. Sorte. Loteria. Graças a deus. 
Normalmente escuto e não falo nada, mas hoje fiquei puta.
Se jogo bola com o meu filho no final da tarde não significa que não tenho nada pra fazer, significa que estou fazendo o que é mais importante naquela hora. 
Se o Bernardo tá lavando o banheiro, não significa que ele é um super-homen, ele esta só arrumando a casa dele.

                         se você troca fraldas E passa aspirador cole sua foto aqui


Se Alice tem esse tamanho todo não é porque eu tenho muito leite, é porque eu passo muuuuito, mas muuuuito tempo mesmo amamentando ela, porque acho que isso sim é bacana.
As pessoas tendem a reclamar de mais. Tudo é dificil / cansativo / chato / exigente / rotineiro / um saco. 
Por aqui também é. Casamento é investimento diário, crianças podem ser extremamente enlouquecedoras, e nossos dias parecem que duram 50 horas e não 24, tamanha quantidade de coisas pra fazer. A grande diferença? a gente curte tudo isso. Lorenzo ta de férias de novo. Chuva+frio= guri dentro de casa subindo pelas paredes e testando cada fio de cabelo nosso. Solução? sair pra tomar um suco no centro, pular no sofá e dormir na toca preparada pelo papai na sala.

  olhando assim até eu acredito que sou uma atoa!


Alice tem 2 noites acordou as 3 da manha rindo que se matando enquanto eu quase chorava de sono. Solução? mandar uns emails, fazer a lista mental das coisas da viagem e esperar o sono dela voltar.
Cada um faz suas escolhas. Não amamentar, ficar que nem uma louca arrumando a casa enquanto o marido lê o jornal, fazer cesárea, deixar o filho 24 horas por dia na frente da televisão. Tudo bem, respeito  todas elas, mas peite suas decisões e  não venha de mi mi mi desmerecendo as minhas. Tenho muitos cabelos brancos e noites sem dormir por elas, e me orgulho incrivelmente de cada um deles.
Pronto falei.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

"cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelaaaaada"


Fui pra tosa. Sabe banho e tosa? pois é.
Nunca na minha vida tive cabelo tão comprido como ele estava. Assim, na cintura quase. Liso, chegava facinho. 
Mas não era aquele cabelo comprido, lindo, sedoso de propaganda de revista. Como alguns leram no facebook, Alice essa semana simplesmente vomitou no meu cabelo que estava como sempre, preso em uma trança pro lado. Tentando consertar, desfiz a trança, ao que claro, piorou tudo, pois o pedaço vomitado se espalhou deixando o cabelo em todo comprimento com listras de vômito, um terror.
Mas claro que não foi por isso que cortei, contei só pra ilustrar, que se não consigo manter o cabelo livre de vômito, que dirá deixa-lo lindo e bem cuidado. E outra: parto e amamentação fazem cabelos fugirem da cabeça da gente. Perco praticamente uma peruca por dia, e não foi uma ou duas vezes que tirei uns bons fios das mãos e boca da pequena.
Esses dias me choquei ao ver uma foto, onde meu cabelo parecia uma espiga de milho de tão arrebentado. Então, respirei fundo, procurei ideias de corte,  e com imagem impressa me dirigi ao salão.
Foi hilário, a mulher ficou em choque! não conseguia aceitar que eu queria cortar tanto. Perguntou um milhão de vezes se eu estava certa, chamou a colega para conversar comigo e disse que cortaria um pouco menos do que eu queria, porque assim ela se sentiria melhor :)
Adorei o resultado! ficou lindo, moderno e muuuuito mais fácil de cuidar. Posso usar ao natural, bem crespo e cheio de movimento, mas fica bem legal se quiser alisar também. Pra mim, cabelo grande só serve pra isso: pra mudar! não tenho apego ao cabelo. Não sou daquelas que vai no salão e volta furiosa porque cortaram 3cm a mais do que eu queria, até porque meu cabelo cresce numa velocidade absurda.
Próxima etapa: clarear um pouco, porque não sei mais o que fazer com essas brancos que teimam em preencher as madeixas. 


terça-feira, 5 de junho de 2012

Karateca


Temos um lindo karateca em casa agora.
Lorenzo começou karetê fazem 3 semanas e está adorando as aulas. Todos os domingos de manhã, das 09:30 as 10:15 pego o bonitão pela mão e vamos só nós dois até o sportspark, o centro de esportes da universidade. 
É um horário realmente diferente, mas funcionou muito bem pra gente. Pra gente e mais uma penca de famílias, pois são umas 30 crianças em aula.
Ficou legal, pois é um tempo na semana que tenho só pra ele. Assisto toda a aula, sentada no chão, olhando pra ele. Olhando pra ele e nada mais. Não leio, não pego celular nem nada. A todo momento ele me procura e sorri de ver que estou olhando pra ele. Quando a aula termina descemos para tomar um suco/café e olhar as pessoas escalando a parede indoor. 
Ele está na turma dos tiny tiggers, crianças de 4 a 6 anos. Eles ainda não tem faixa, e sim camisetas que identificam o nível dos alunos. Mas para passar a camiseta seguinte, precisam de exame, como deve ser.
As aulas são dadas sempre por 3 professores, que separam a turma por níveis. Começam juntos aquecendo, e depois cada um pega seu pequeno grupo.
E o treinamento é forte mesmo, fiquei impressionada.
O aquecimento é com corrida e alongamento (nota: Lorenzo é tão flexível quanto o pai dele, é impressionante, nunca vi uma criança com tão pouca flexibilidade),e o treino é com técnicas de karatê mesmo! Eu achei que seria tudo muito na brincadeira, mas que nada! exercícios, golpes e disciplina, MUITA disciplina. Um professor mantém 35 crianças de no máximo 6 anos em um silêncio inacreditável.  Qualquer barulho é corrigido na hora. Qualquer saída de formação é chamada a atenção.
Os pais podem assistir as aulas, e mesmo assim, os professores não têm demonstram o menor problema em disciplinar as crianças. Não gostou? aqui é assim.
Hoje mesmo, um menino estava "tocando horror". Saia correndo, começava a pular e soltar uns "kiáaaa" (grito do final dos golpes que não faço a menor ideia do que signifca). O professor falou uma vez. Na segunda, pegou o moleque pela mão, tirou do tatame e levou ele até a mãe. Passado uns 15 minutos, voltou lá e conversou com ele, pois o pequeno voltou para a aula um doce de criança.
Acho muito legal tudo isso. 
E valorizo muito o Lorenzo ter como exemplo outras pessoas, fora os pais, que interagem com ele de uma maneira educada, gentil mas firme. Ele olha para os professores com cara de maravilhado e volta da aula realizado e exausto.
Bons exemplos nunca são demais.

domingo, 3 de junho de 2012

Tem a festa do Jubileu e a festa do se f....


Então chegou o final de semana super prolongado e as comemorações do Jubileu.
Ontem fomos na street party do bairro, com bandeirinhas, cachorro quente, hamburguer (aqui conhecido como churrasco (oi?)) e claro, muito chá. Lorenzo estava naquela animação enorme e se sentindo em casa, já que muitas crianças da escola estavam lá. Pintura no rosto, crafts, futebol e até brinde a rainha com direito a "God save the queen" o hino, cantado com bastante animação. Fora o frio ridículo (9 graus no verão as 5 da tarde) estava muito legal.
Voltamos pra casa e comecei os preparativos para a festa bacana de hoje. Fiquei de levar cupcakes. Me esmerei toda, peguei uma receita diferente, imprimi um monte de bandeirinhas do reino unido e coloquei os meninos para trabalhar. Eu cozinhando, eles recortando e colocando garantido em cada bolinho uma bandeira. Ficou DIVINO. Melhor cupcake de todos, de laranja com cobertura de côco, bem brasileiro!
Como já sabia que o domingo pela manhã seria corrido (Lo está fazendo Karatê, aguardem post sobre isso) separei a roupa da criançada e deixei tudo encaminhado.
Hoje claro, acordamos com aquele frio e aquela chuva.
Na hora de sair, correria, briga, Alice gritando a plenos pulmões porque queria colo, Lorenzo não querendo colocar o tênis que separamos, aquela coisa básica de família com duas crianças. Detalhe: muita chuva, muitas festas pela cidade = nenhum taxi. Bora pegar o ônibus (que fica a 10 minutos de caminhada) com carrinho, vidro de bolinhos, bebê, criança e muuuuuuita chuva. Claro que chegando na parada, o ônibus saiu. Nisso, já estávamos 1 hora atrasados.
Enfim, depois de promessas de NUNCA MAIS, entramos molhados, atrasados e meio irritados no bus.
Como não sabíamos direito onde descer, descemos, claro, uma parada antes. Chuva, MUITA chuva, eu empurrando carrinho (com capa, não esqueçam, Alice estava quente e seca) com um salto gigante, uma calça nova ligeiramente apertada ajustada, escomungando a rainha e seus súditos por inventarem uma besteira dessas. Como tudo sempre pode ficar mais interessante, batemos na porta e... e... nada. Tocamos a campainha e ... e... nada. Simplesmente não tinha ninguém em casa!!!!! Na rua ao lado estava rolando uma festa com mesas e espaço coberto, mas ninguém conhecido estava lá. NÃO TINHA FESTA!
Eu não sabia se ria, chorava, ou jogava o sapato longe. 
Voltamos para parada do ônibus e tentamos novamente chamar um táxi, tempo de espera: 1 hora e meia! Por nós passaram uns 10, todos lotados.
Espera ônibus que estava ridicularmente atrasado (festa+chuva), caminha na chuva até em casa os malditos 10 minutos, com Lorenzo gritando de cansaço e frio e com o pézinho aqui morto dentro do lindo sapato.
Chegamos em casa arrancando roupas e nos enfiando direto nos nossos pijamas.
Lorenzo foi assistir um desenho enquanto eu e o Ber só de raiva comíamos os lindos e deliciosos cupcakes tomando um chá.
O motivo da não-festa ainda é um mistério. Temos duas hipóteses: 
1. estava implícito no convite que se chovesse seria automaticamente cancelada
2. eles estavam na casa mas não ouviram a porta (apesar de não vermos ninguém pela janela)

Fiquei com uma raiva danada!! pela preparação de tudo, pela tristeza do Lorenzo que esperou pela festa a semana toda e pelas horas perdidas na chuva e no frio.
Acabamos os 4, de pijama, uns por cima dos outros, comendo porcarias espalhados no sofá enquanto assistíamos na televisão a pobre da rainha, com seus 85 anos, de pé, na chuva e no frio,  a horas na beira do Tâmisa, abanando para a procissão de barcos que ia passando e buzinando prestando homenagens aquela senhora, que tenho a mais absoluta certeza, estava doida para estar de pijamas, quentinha no seu sofá real, que se não comendo porcarias, tomando um chá com leite e assistindo toda a função só pela telinha.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Jubilee

Semana que vem completa 60 anos de reinado da rainha Elisabeth II. 
Reino Unido está em festa e nós acompanhando tudo com olhos atentos.
Acabo de voltar de uma comemoração na escola do Lorenzo. Os pais fizeram coroas com as crianças, cada um decorou a sua para usar durante o dia e todos foram convidados a usar vermelho, azul e branco, cores da bandeira.  Depois fomos convidados para um chá (óbvio) com cupcakes (óbvio de novo) no salão da escola. (vale dizer que os pais doaram os bolinhos, e nós fizemos nossa contribuição com cupcakes decorados a 3 mãos)
O salão estava todo cheio de bandeiras, com toalhas brancas nas mesas, arranjos de flores e toda pompa de um típico chá inglês.
Este ano também é comemorado o Jubileu de 60 anos da escola. Então fotos e vídeos antigos passavam enquanto curtíamos mais uma experiência in loco tipicamente inglesa.
Pelo que entendi, a tradição com festas reais, são as street parties, onde vizinhos, associações, escolas, se organizam para comemorar junto com a realeza, mas cada um no seu quadrado. Pode-se até  solicitar com antecedência  o fechamento de ruas!
No domingo, fomos convidados para uma dessas. Do mesmo professor que fez aquela linda festa de natal que contei aqui. Então usaremos vermelho, levaremos cupcakes e iremos festejar com bandeirinhas e tudo que temos direito.
Depois volto contando como foi!