quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Full time mummy

Muita gente me perguntou o que eu ia fazer por aqui: "tu só vai ficar em casa com o Lorenzo? " e coisas assim.
Faz tempo que eu pensava em escrever sobre isso, mas nunca sabia como começar.

Eu trabalho desde muito cedo. MUITO antes de todos os meus amigos pensarem nisso. E sempre ADOREI isso. De não depender de pedir dinheiro para ir ao cinema, comprar uma roupa ou sei lá o que.
Em curitiba fazia faculdade, e trabalhava. Depois tinha faculdade, trabalho e pós.
De volta a Porto Alegre, casei e comecei de cara a trabalhar 12 horas seguida. E dei sorte: sempre amei meu trabalho, que pra mim nunca foi um "serviço" e sim um projeto de vida. Engravidei e segui no mesmo ritmo, depois ele nasceu.....
Quem me conhece sabe o que filhos significam pra mim. Nunca foi uma opção, eu simplemente sabia que teria. Eu amamentei por quase 3 anos, eu sigo querendo ter 3 filhos, e ter o Lorenzo foi a melhor decisão da minha vida.
Quando ele tinha 40 dias, voltei a trabalhar. Ia e voltava chorando no carro: de remorso,de dor nos peitos cheios de leite.... mas nunca, por nem um momento pensei em não trabalhar.
Até que surgiu essa oportunidade na nossa vida.
De todo o meu histórico de vida sinto muito orgulho, porque NADA foi sem querer. Eu quis começar a trabalhar com 13 anos, eu quis ir pra curitiba, eu quis casar eu desejei muito um filho, e agora eu decidi vir pra cá e ficar cuidando dele.
E está sendo uma delícia.
Não sei se gosto tanto dessa nossa rotina porque é temporária (no máximo 3 anos) ou se é porque vim segura com a nossa escolha, mas estou muito feliz com minha função.
De manha arrumamos as coisas (porque ele faz tudo junto...), brincamos,almoçamos, depois ele vai pra escola. Nesse momento, leio, coloco os pés pra cima, toco a minha flauta até ter falta de ar (como hoje), ou faço um chimarrão e vejo tv, ou saio pra caminhar e dondocar. Na volta, brincamos mais, andamos de bici, pintamos e lá vai....
Eu tinha medo de ser uma mãe "pior" por estar sempre com ele. De perder a paciência, de ficar infeliz, se não me sentir realizada.
E como estamos bem...eu acredito que esse tempo que estou passando com ele vai sim ter boas consequências futuras na nossa relação mãe/filho, porque minha função como mãe é essa: conhecer o pequeno.
E como todas as escolhas que são feitas com o coração, mas também com a razão, essa está se mostrando ser a certa.

5 comentários:

  1. Que bom que está sendo assim. Tu é bem maezona mesmo. Claro que no fundo, eu estava ansiosa com a idéia de tu ficar somente em casa com ele, pois afinal de contas, está na "ativa" desde os 13 anos, e ficar em casa.... também tem suas conpensações né? Afinal esse guri é uma paixão. Eu tbem queria ficar em casa com ele.
    Com certeza, isso vai fazer toda diferença na vida dele.

    bjinhos

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  2. Sabe que lá Em Braga todo mundo tinha esse tempo todo de mãe e muitos de pai, as crianças não queriam voltar mais ao Brasil, kkkk
    aproveita e encomenda mais filhos, a inglaterra vai te dar a maior grana, kkkkk

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  3. O important eh a qualidade do tempo que a gente tem com filhos neh, pois nao adinata passar o dia inteiro com eles naquele cansaoc e mal humor.

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  4. Sobre "não trabalhar" (já que nesta tua história sei que tem uma imensidão de coisas:Bernardo,novas culturas...)/Quem disse que temos que ter atitudes utilitárias o tempo todo? Que rendam algo para nós ou para alguém?Somos importantes quando fazemos as pequenas coisas de cada dia sim.
    Estou emocionada agora, lembrando de quando reduzi minha jornada de trabalho e escutei do meu filho de doze anos que o desculpasse porque ele não estava acostumado comigo em casa.Hoje sou mais feliz, com menos grana.Somos, os quatro!
    Beijo para os três aí!!

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