quinta-feira, 24 de maio de 2012

Dentista

Eu já tinha ouvido falar que tratamento dentário por essas bandas era uma piada, mas como nunca tínhamos usado, ficava o benefício da dúvida, até que eu precisei...
Do nada, em um dia qualquer comecei a sentir uma dor que achei que a cara ia cair no chao! Começou sem eu saber direito onde, mas quando percebi nao conseguia nem ficar com Alice no colo de tanta dor. Marquei para o mesmo dia e fui destinada a parar com aquilo. Cheguei, médico olhou o dente, olhou!!! nao examinou nem nada, tirou um raio X e me eu antibiótico porque estava inflamado e me mandou embora com uma consulta marcada para 10 dias depois.
Com a inflamaçao controlada, voltei la, preparada para obiturar ou sei lá o que, e ele perguntou: parou de doer? entao ta, se doer de novo volta e a gente decide se trata ou arranca o dente. ARRANCA O DENTE!
Assim, simples e barato. 
Voltei louca da vida, mas sem ter o que fazer.
2 meses depois, óbvio, o dente voltou a doer.
Já cheguei lá preparada e a dentista: antibiótico para parar a inflamaçao e depois... arrancar. 
Falei que nem pensar, que nao iria arrancar o dente, que queria tratar o dente, ao que ela responde: nao temos aqui a ferramenta necessária para tratar o dente, o que posso fazer é abrir e limpar, mas nao sei se resolve! Disse que se eu quisesse poderia me encaminhar para um dentista particular, que custaria 80 libras a consulta mais umas 500 libras pelo tratamento!!!
Falei que queria tentar a primeira opçao primeiro, nao sem antes perguntar se els davam anestesia, porque nessas alturas nao duvido nada que e abrissem o dente sem ela. Com a promessa de uma anestesia bacana, aguardo APAVORADA o tratamento da tal dentista... e ah! e ela disse que precisa de 3 horas para o trabalho, e marcou 3 consultas com 10 dias entre elas!!!!
Qual é o problema desse povo????

em tempo: dentistas sao pagos, mesmo pelo NHS, mas como tive baby a menos de 1 ano, nao pago nada de consulta nem medicamentos nenhum. Pelo menos nao estou pagando para ser torturada....

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O ser social


Todos somos seres social. Precisamos de pessoas, de amigos, de uma grupo, de pertencer a alguma coisa. Nossos filhos também precisam disso, não faltam frases prontas: 
"não criamos os filhos para a gente, mas para o mundo"
"asas para voar, raízes para ficar" e bla bla bla.
Quero ver a primeira vez que o teu pequeno se social vai na casa de alguém que tu não conhece, fazer alguma coisa que tu não sabe o que é, com pessoas que falam outra língua e vivem em uma cultura completamente diferente!
Nesse momento, enquanto escrevo no segundo andar da casa, Lorenzo está brincando com um amigo da escola na nossa sala.
O amigo em questão já veio várias vezes aqui em casa e mora a cerca de 5 minutos caminhando.
Claro que a primeira visita foi aquilo: como proceder, como convidar, e todo aquele protocolo inglês que não estamos acostumados. Estufei o peito, arrumei coragem e falei com a mãe do alemão. Disse que o Lorenzo gostaria de brincar com ele na nossa casa, que nós poderíamos busca-los na escola e depois leva-lo em casa. Ela achou legal, e assim fizemos. Algumas vezes. Na primeira vez que levamos em casa, percebemos um pouco da dinâmica da familia. O pequeno chegou, largou as coisas e foi direto pra rua brincar. Sozinho. Solto. Na R U A. Achei legal, pensei "que bom que os pais confiam", e "nada como morar no interior". 
Até o dia que o amigo resolveu agradecer, convidando o Lorenzo pra casa dele. Eu só conseguia pensar: tomara que chova, tomara que chova, tomara que chova, porque assim eles não poderiam sair pra rua. Como estamos na Inglaterra, óbvio que estava chovendo. Os pais do amigo buscaram eles na escola de carro, e depois ficaram de devolver o nosso em casa, mesmo esquema.
EU e o Ber ficamos apreensivos, claro. 
É tão estranho os filhos crescerem longe dos nossos olhos.
Vivenciando a rotina de outra família, se virando sozinho, entrando em um esquema diferente.
Ficamos curtindo o silêncio da casa e imaginando o que eles estaria fazendo, se estava se comportando adequadamente, se estava gostando.
2 horas depois ele voltou pra casa. Feliz da vida, mas com o pé cortado. Contou que tinha um prego na escada e outro no banheiro (!!!!!!!!!!!) e cortou quando estava correndo.
Na hora as luzes do "eu sabia que não ia dar certo" começaram a piscar na nossa cabeça. Uma analisada no corte, uma respirada fundo, e tudo certo. 
A conclusão que chego é a seguinte: é uma arte saber quando soltar a corda para o pequeno ser social correr por aí, e quando prender para que ele não se machuque. Nós não gostamos de pensar que  a casa com 3 crianças (e um 4o. na barriga) tenha pregos por toda a parte prontos para abrir um pé desavisado, mas depois dessa visita, Lorenzo sabe que cada família tem um jeito diferente de se relacionar, que cada mãe fala com os filhos de uma maneira e que tudo bem!
Seguimos cautelosos. 
Preferimos ser "os pais legais" que enchem a casa de amigos, assim podemos soltar bastante a corda para que ele corra, mas mantendo aquele "nó" na ponta que não há de fazer mal a ninguém...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Legoland

Enfim chegou o dia!
Lorenzo estava numa ansiedade enorme, contando os dias para conhecer o parque e curtir tudo.
Optamos por ficar no parque no domingo e na segunda. Lo matou um dia de aula, mas foi a opção certa, já que durante a semana o parque fica beeeeem mais tranquilo.
Chegamos no domingo, largamos a mala na recepção do parque e caímos na brincadeira.
A primeira atração foi o caminhão de bombeiros. Fila de uns 40 minutos e muita diversão.
O dia estava lindo, sol e calor, uns 17 graus!
As filas realmente são a parte mais chata de tudo, ainda mais com um pequeno louco pra conhecer e andar em tudo.
Como tínhamos a Alice, o parque oferece um serviço muito legal de "troca de pais" . Entramos todos na fila, enquanto um fica com o bebê, o outro vai com a criança maior, depois trocamos, sem precisar entrar na fila novamente. Lorenzo que se deu bem, já que ia 2 vezes no mesmo brinquedo sem precisar esperar nada. 
A Lego, assim como a Disney, tem por "lei" o bem estar dos visitantes. Todos muitos simpáticos, super dispostos a ajudar e tirar dúvidas. 
Ficamos no parque até as 4 e fomos rumo ao nosso hotel. O hotel é uma atração a parte.
Localizado dentro do parque, foi aberto em março, ou seja, tudo novo e reluzente.
Todo o resort foi pensado para as crianças. Na recepção, enquanto os pais fazem check in, as crianças brincam em um pequena piscina cheia de peças de lego e montam umas das "paredes" do ambiente. 
Escolhemos um quarto com temática pirata, então, ao entrarmos no elevador e apertarmos o 3, a gravação começa com uma música de pirata indicando o andar! Ao chegarmos no destino, todo o andar também era temático!
Quando entramos no quarto, a primeira surpresa: um papel com pistas para acharmos o código e abrir um baú de tesouro localizado na entrada. Diversão na certa, baú aberto, e um lego de presente para o guri, que a essa altura dava pulos de felicidade.
Os quartos possuem uma cama de casal com decoração pirata, um banheiro, com decoração pirata e um quarto para as crianças com beliche, televisão própria, uma caixa de lego para montar e outros brinquedos.
Depois de curtir e descansar um pouco, fomos conhecer a water play area. Aí sim que Lorenzo surtou!
Uma piscina, e uma área com cerca de 30cm de água com mil brinquedos, gangorra, canhão de água para jogar nos outros, tobogã... Sem brincadeira, Lo deve ter escorregado umas 50 vezes. (e não pode tirar foto)
Depois da brincadeira na água fomos jantar.
O restaurante (todo de lego também) tem toalhas que as crianças podem pintar e desenhar, buffet baixo para que eles possam se servir sozinhos e o "faça seu sorvete sozinho" de sobremesa.
Depois que as crianças comem, os pais podem curtir sossegados enquanto eles brincam em um castelo enorme localizado na frente do restaurante!! só posso dizer que nunca mais quero ficar em um hotel diferente desses.
Na segunda, o dia amanheceu frio e com chuva, mas acabou sendo bom, pois não tinha quase ninguém no parque. De cara fomos no submarino, a atração mais nova do parque, por 3 vezes seguidas. É um submarino, de lego, onde cabem 8 pessoas. De dentro, podemos ver peixes, tubarões e arraias gigantes que ficam se coçando nas janelas do submarino, coisa mais linda do mundo!!!!
Lorenzo teve a emoção de encarar sua primeira montanha com russa, com direito a descida emocionante mesmo! e muitos outros brinquedos.
A volta pra casa foi cansativa pra caramba, saímos as 17:20 do parque e chegamos 23hs em casa, mas valeu a pena cada segundo. Lorenzo já pediu para ir de novo ano que vem. E Bernardo está destinado a passar o aniversário dele lá. Dele mesmo, não do Lorenzo.






 Show dos piratas MARAVILHOSO
 Pulando laaaaa de cima, na água gelada!
 Recepção do hotel
 Quarto das crianças
 Entrada do hotel
 Restaurante

 Castelo na frente do restaurante
 Frente do hotel


 Bombeiros bonitões
 Família
 Irmãos

terça-feira, 15 de maio de 2012

3 pra casar!


Dia desses eu e o Ber conversando sobre o Lorenzo, percebemos o quanto inglês ele já está, e a prova mais que concreta disso é que ele se esquiva dos beijos.
Por essas bandas beijo nem fu.... pensar, aperto de mão só para os realmente íntimos, amigos, abraços passam longe dos costumes locais.
Os ingleses simplesmente não se encostam, simples assim. Se cumprimentam com aquele aceno de cabeça tipo "e aí?  sabe qual? e na hora de ir embora é um "até logo" e pronto, ta feita a conversa.
Os pais não beijam seus filhos, os filhos não beijam seus pais e todo mundo esta feliz assim, menos a gente que mantém o calor brasileiro guardado no coração.
Eu procuro, do fundo do coração não esteriotipar as coisas. Dizer que os ingleses são frios é o mesmo que dizer que os portugueses são burros ou que os franceses são fedidos, e já dizia Rita Lee "nem toda feiticeira é corcunda, nem toda brasileira é bunda..." então procuro encarar como mais uma diferença cultural.
O tempo vai passando e nem percebemos a diferença (ou a falta) que os velhos 3 beijinhos  fizeram na nossa vida. Chegamos ao ponto de estranhar quando temos nossa própria família aqui, tantos beijos e abraços. Notem: estranhar não significa não gostar, muito pelo contrário, como é bom ter alguém para apertar bem forte.
Nós seguimos afofando o Lorenzo. Beijo na entrada e na saída da escola e muitos chamegos, mas nosso carinho não está sendo o suficiente para que o inglesinho acostume-se com esse calor tipicamente brasileiro. Aos poucos ele vai se encolhendo e se não insistimos, pode passar facilmente pelos "ois e tchaus" sem o estalinho. 
Imaginem que todas, T O D A S as pessoas que ele conhece nem estendem a mão para cumprimentá-lo que dirá essa agarração toda, então claro que ele aprendeu  que o diferente é a beijação e  não a falta dela.
É extremamente interessante de acompanhar essa "inglezisação" do Lorenzo. A nossa também, mas ela se limita a tomar chá com leite (sim, é uma delícia e extramente reconfortante) e a falar com um sotaque meio "batata na boca", mas a do pequeno... nooooossssssaaaa.
Ele segue rebolando, dançando e sendo um arriado de primeira, mas acredito que mais por personalidade do que por brasileirisse. A Alice, inglesa de nascença, com certeza não vai ser tão inglesa quanto o irmão, já que vai embora daqui com pouco mais de  1 ano.
Lorenzo até agora soma no curriculum dele:
-  inglês britânico de primeira ("fóoooo, não four mamãe")
- completo estranhamento a beijos fora da família
- se tem sol ele acredita fielmente que pode se ir pra praia, mesmo que esteja 10 graus
- acima de 12 graus é verão, ou seja, coloca bermuda, manga curta e sai pra jogar futebol na rua
- parabéns pra você é happy birthday, e se for em português, é sem bater palma
e contando....

A riqueza do processo é esse "ser um inglês sem perder o jeitinho brasileiro jamais".

domingo, 13 de maio de 2012

Maternar


Minha mãe maternando enquanto eu, gestando. 
As duas melhores mães do mundo para os filhos delas. 

Recebi um e-mail de uma leitora do blog perguntando se eu podia escrever sobre como decidi ser esse tipo de mãe que sou.
Já falei um pouco aqui no blog das minhas escolhas como mãe. Amamentação, parto, educação, esses grandes assuntos que permeiam o mundo materno, e posso dizer com toda a certeza: foi tudo sem querer.
Quando o Lorenzo nasceu eu li bastante aquela série "o que esperar..." tem o da gravidez, do primeiro ano de vida e o dos 3 primeiros anos. São livros que falam sobre o desenvolvimento da gestação e depois do bebê, aquelas coisas práticas mesmo: quando normalmente andam, falam, comem... mas nada de questões filosóficas.
Eu amamentei o Lorenzo por  2 anos e 10 meses. Sim, um tempo enorme. Sim, as pessoas achavam absurdo. Sim, eu não dava bola.
Eu não decidi amamentar por tanto tempo, simplesmente aconteceu. A organização mundial de saúde recomenda o aleitamento por pelo menos 2 anos, mas não achem que eu obedeci não, amamentação prolongada nunca esteve nos meu planos, muito pelo contrário, eu lembro que um ano a madrinha da campanha de amamentação foi a Cássia Kiss, amamentando um dos filhos com uns 2 anos, e eu achava feio! "onde já se viu criança desse tamanho mamando" e quando chegou a minha hora, foi bacana, funcionou pra gente.
Ele também mamou em livre demanda até mais de um ano. Só quando começou a não comer pra mamar que dei uma regulada e organizei a bagunça, mas chorava, era peito. Resmungava, era peito. Pedia, era peito. Ele não teve um dia de cólica e é uma das crianças mais independentes que eu conheço.
Sou meio avessa a esses livros de "auto ajuda materna". Eu, vejam bem, EUZINHA DA SILVA não acredito muito em disciplina com um bebê de 10 dias. Não acho que as crianças ficam mimadas por ganhar amor de mais e nem que bebês de 6 meses são tiranos porque não dormem a noite inteira, logo, possuem um plano secreto para aterrorizar os pais, oi?!
Alice mama que é uma beleza. Em livre demanda, exclusivo no peito, ou seja nada de água, chás e outras coisas. Até quando ela vai mamar? não sei. Não decidi: "vou amamentar até ela ter 5 anos", ou só até ela ter 6 meses, vou amamentar enquanto for bom pra nós duas. Se for por 1 ano, paciência, se for por 3 de novo, tudo bem também.
Lorenzo nasceu de uma cesárea desnecessária, já "chafurdada" bastante na minha cabeça e no meu coração, e por isso decidi fazer do parto da Alice uma coisa diferente. Ela nasceu em um parto normal, com música, luz baixa e sem nada de intervenções desnecessárias.
Se eu acho que ela vai ser mais feliz do que o Lorenzo por isso? não, não acho. O parto foi meu. Tanto Lorenzo quanto Alice nasceram lindos, saudáveis e felizes. Me arrependo sim de ter feito a cesárea, de não ter me informado mais, brigado mais, mas ela feita, não acho que vai ser determinante na vida dele, mas foi na minha. Eu ESCOLHI o parto da Alice. Eu queria, queria não, precisava, saber como era uma contração, como era colocar a minha filha no mundo.
Por aqui, os médicos recomendam que as crianças durmam no quarto dos pais por pelo menos 6 meses.
Lorenzo com 40 dias foi pro quarto dele. Alice com 20, já estava no quarto com o mano.
Cama compartilhada, quarto compartilhado, com a gente não funciona. Não é por convicção, não é por acreditar que eles acostumariam mal, não é para deixa-los mais fortes, mas simplesmente pelo fato de que eu não consigo dormir tendo um bebê ao meu lado. Eu não desligo, fico ouvindo a respiração, se não escuto preciso ver se está respirando mesmo e por aí vai....
Hoje se fala muito no mundo materno na "criação por apego" o tal "attachment parenting", onde as crianças são criadas com amor, cuidados constantes, colo, carinho. Minha pergunta é: existe outro tipo de criação?
Tudo isso que relatei acima, foram escolhas sim, mas escolhas que sentimos no nosso coração, na nossa vida como pais. Sling, beijos mil, sentar no chão pra brincar, pintar toda a cara de canetinha, só funciona porque nada disso é forçado. Não fizemos assim porque o livro tal falou, porque funcionou com a fulana, ou porque querermos parecer bonitos para o pessoal que lê o blog.
Provavelmente vocês não irão me ver na televisão defendendo o parto normal, a amamentação prolongada ou o attachment parenting, pelo simples fato de que cada um faz as escolhas que precisa. Se me perguntarem sobre como foi meu parto, vou amar contar, se me perguntarem se é bom amamentar uma criança de 2 anos, vou adoram lembras das pérolas que ele me falava, mas não acho que precise levantar bandeira de nada, porque não acho que o meu jeito é o certo e o outro é o errado.
Eu não acredito em leite fraco, nem em leite insuficiente. Acredito em mãe cansada, mãe que não gosta de amamentar, mãe que não tem tempo pra ficar com o bebê pendurado no peito porque precisa mamar a cada hora, e tudo bem. Quem sou eu pra condenar a ciclana que não amamentou, porque provavelmente ela também iria me condenar por amamentar por 3 anos.
Eu fiz questão absoluta de ter um parto normal porque é normal, porque nosso corpo foi precisamente confeccionado pra isso, porque eu precisava saber como era. Fico torcendo para que me perguntem e me peçam para contar como foi, mas  se a cunhada da sobrinha da vizinha quer cesárea pra organizar o quarto, para controlar o dia, o azar é dela! ela não vai me ver de cara feia, dizendo que ela é "menas mãe" por isso. Assim como acho um absurdo os médicos obrigarem mulheres a fazer cesárea sem quererem, acho um absurdo quem acha que pode obrigar as outras a terem parto normal.
O certo é: cada um faz do seu jeito, e principalmente, faz o melhor que acredita.
Que nesse dia das mães a maternagem de cada uma seja exatamente aquilo que vocês escolheram. Porque é certo que cada uma é a melhor mãe que seus filhos poderiam ter. 

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Baby massage


Uma coisa essa vida de Europa tem de bom (ok, tem milhares de coisas, mas preciso de uma frase de impacto, saca?) a estrutura para as crianças.
Quando Alice nasceu a midwife me visitou até ela ter 10 dias aqui em casa. Pesou, mediu e até o teste do pezinho foi feito com ela no meu colo e eu sentada no chão, no conforto do lar. 
Quando ela completou 1 mês foi a vez da health visitor aparecer, pra ver como ela estava, pra ver como eu estava me virando com a turma, uma beleza. 
Nesse dia ela perguntou se eu tinha interesse em aulas de massagens para Alice, que ela poderia começar depois dos 2 meses. Sem brincadeira, na semana que ela completou 2 meses recebi uma correspondência convidando para a aula, com horário e cronograma. E lá fomos nós.
As aulas acontecem nas quintas ferias das 13:30 as 14:30, na escola do Lorenzo, ou seja, aqui do lado. Ao todo serão 4 encontros (termina essa semana) e cada dia trabalhamos uma parte do corpo: pernas/pés, abdomen, peito/braços e costas. Nem preciso dizer que ela ama né?
A sala é super aquecida (quase tenho um chilique) pois os bebês ficam pelados. Cada mãe/casal tem um trocador, um cobertor e um tubo de óleo. A orientadora mostra tudo em uma boneca grandona e nós sovamos nossos pãezinhos. 
É uma delícia. Alice aguenta numa boa uns 30 minutos. Fica lá peladona com as pernas pra cima, recebendo carinho e conversando com os outros bebês. Do nada bate aquela fome doida, então ela mama e normalmente dorme. Dorme não, desmaia.
NO final da aula a orientadora oferece chá, suco e bolachinhas enquanto conversamos sobre algum tema pertinente a criançada, ou só sobre chocolate, como foi a semana passada.
A turma é pequena, são 5 bebês acompanhados ou da mãe ou do casal. É um momento muito legal onde podemos trocar informações, rir do cansaço e tomar um chá.
Aqui, mesmo sendo interior, existe vários grupos espalhados pela cidade. Playgroups, stay and play, baby groups, baby clinic, a maioria organizados por associações governamentais e acompanhados por profissionais de saúde.
É aquela velha história de investir na prevenção. Assim eles conseguem acompanhar de perto se as crianças estão sendo bem cuidadas e se as mães estão bem. É o que eu sempre digo, mãe feliz, filho feliz.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

"ele é o bom é o bom é o bom..."

Lorenzo é popular.
Lorenzo é muito popular.
Quando chega na escola é a alegria da criançada. Todos querem dizer oi, brincar, mostrar alguma coisa, e ele super atencioso vai dizendo: que legal, que bonito, bom dia e por aí vai.
Acreditamos que toda essa atenção se deve ao fato dele ser "levemente" diferente das crianças inglesas.
Timidez definitivamente passa longe daquele corpo. Ele ta sempre falando, pulando, dançando e fazendo piada. Sim, além de tudo é arriado que só vendo. Bonito (me deixa, que mãe que não acha seu filho um pitel?) desinibido e arriado? receita perfeita para agradar a criançada.
Toda essa popularidade claro que reflete na gente também.
Semana passada a turma fez um passeio esportivo. Foram até um ginásio onde tinha circuito e coisas mil, já começando o aquecimento para as olimpíadas. A professora da turma convidou o Bernardo para ir com eles e assumir um grupo de 10 crianças! Segundo ele, a criançada adorou e todos estavam muito curiosos de ficar perto do "pai do Lorenzo" (fora que adoraram e se matavam de rir de tentar falar BERRRNARRRDO).
Hoje fui deixa-lo na escola e sentei para ler com ele uma história. Em 2 minutos estávamos cercados de crianças querendo falar com ele e me entregando livros para ler.
Ser diferente, tanto física como "espiritualmente" pode ser assustador ou bacana. Lorenzo mostra todos os dias para nós e para sua turma que a diferença só acrescenta e enriquece os relacionamentos.
Dia desses Ber estava levando ele quando encontraram um colega. O menino todo feliz veio perguntar de onde éramos. A mãe fazendo o meio de campo explicou: "ele sempre pegunta pra mim de que país o Lorenzo veio " Bernardo super feliz de responder falou: a gente morava no Brasil! ao que o menino na hora manda: ahhhh achei que era da África! hahahahahaha
Nada como uns cabelos pretos, uns cachos e uma dancinha "a la funk"  para movimentar as opiniões inglesas.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

A vida, a internet e essas coisas....





Blog anda devagar quase parando... e nem posso usar da desculpa "os dias estão lindos e estamos na rua" porque esta chovendo sem parar a 1 mês!!! e não é modo de dizer. Começou a chover dia 02 de abril e não parou mais. Ontem o clima resolveu nos fazer uma pegadinha, e abriu um sol lindo com 15 graus! durou ate as 18hs, quando começou a chover de novo e continua até agora :(
Nós estamos bem. Bem e cansados. Bem e felizes.
Abril foi um mês chuvoso e movimentado. Recebemos a mãe do maridão por 2 semanas e nesse final de semana um amigo/irmão de Porto Alegre que veio a Londres a trabalho e ficou 2 dias com a gente.
E foi uma conversa com ele que gerou algumas reflexões a respeito do blog.
Quando comecei a escrever foi para manter a família atualizada da nossa vida aqui. Depois foi uma maneira legal de falar sobre a experiência de ser expatriado e de ser expatriado criando filhos pequenos!   Essas mudanças foram acompanhadas de uma mudança de "público" também. Pessoas que eu não conheço, que chegaram aqui por diferentes meios começaram a comentar aumentando minha vontade de escrever e tornando o blog "até que bem popular".
 E é aqui que eu conto o que fazemos. E é aqui que eu coloco fotos dos meus filhos. E é aqui que eu quero mudar isso.
Nem vou me aprofundar sobre os motivos, pois todos sabemos quais são: exposição de mais da criançada, acesso para malucos e por ai vai.
Continuarei escrevendo sobre eles, contando como é  criar crianças longe da família em um país que não é o nosso, falando da nossa vida, contando os lugares legais que visitamos, só quero evitar a exposição exagerada.
Estou criando uma "marca d'agua" pra colocar nas fotos daqui pra frente evitando o uso indevido delas por essa internet a fora e "prometo que juro" que estou criando posts muito legais para movimentar isso aqui e fazer valer os quase 28.000 acessos que tive desde que comecei a escrever!

Sacudia geral!!
Vamos nessa!