domingo, 13 de maio de 2012

Maternar


Minha mãe maternando enquanto eu, gestando. 
As duas melhores mães do mundo para os filhos delas. 

Recebi um e-mail de uma leitora do blog perguntando se eu podia escrever sobre como decidi ser esse tipo de mãe que sou.
Já falei um pouco aqui no blog das minhas escolhas como mãe. Amamentação, parto, educação, esses grandes assuntos que permeiam o mundo materno, e posso dizer com toda a certeza: foi tudo sem querer.
Quando o Lorenzo nasceu eu li bastante aquela série "o que esperar..." tem o da gravidez, do primeiro ano de vida e o dos 3 primeiros anos. São livros que falam sobre o desenvolvimento da gestação e depois do bebê, aquelas coisas práticas mesmo: quando normalmente andam, falam, comem... mas nada de questões filosóficas.
Eu amamentei o Lorenzo por  2 anos e 10 meses. Sim, um tempo enorme. Sim, as pessoas achavam absurdo. Sim, eu não dava bola.
Eu não decidi amamentar por tanto tempo, simplesmente aconteceu. A organização mundial de saúde recomenda o aleitamento por pelo menos 2 anos, mas não achem que eu obedeci não, amamentação prolongada nunca esteve nos meu planos, muito pelo contrário, eu lembro que um ano a madrinha da campanha de amamentação foi a Cássia Kiss, amamentando um dos filhos com uns 2 anos, e eu achava feio! "onde já se viu criança desse tamanho mamando" e quando chegou a minha hora, foi bacana, funcionou pra gente.
Ele também mamou em livre demanda até mais de um ano. Só quando começou a não comer pra mamar que dei uma regulada e organizei a bagunça, mas chorava, era peito. Resmungava, era peito. Pedia, era peito. Ele não teve um dia de cólica e é uma das crianças mais independentes que eu conheço.
Sou meio avessa a esses livros de "auto ajuda materna". Eu, vejam bem, EUZINHA DA SILVA não acredito muito em disciplina com um bebê de 10 dias. Não acho que as crianças ficam mimadas por ganhar amor de mais e nem que bebês de 6 meses são tiranos porque não dormem a noite inteira, logo, possuem um plano secreto para aterrorizar os pais, oi?!
Alice mama que é uma beleza. Em livre demanda, exclusivo no peito, ou seja nada de água, chás e outras coisas. Até quando ela vai mamar? não sei. Não decidi: "vou amamentar até ela ter 5 anos", ou só até ela ter 6 meses, vou amamentar enquanto for bom pra nós duas. Se for por 1 ano, paciência, se for por 3 de novo, tudo bem também.
Lorenzo nasceu de uma cesárea desnecessária, já "chafurdada" bastante na minha cabeça e no meu coração, e por isso decidi fazer do parto da Alice uma coisa diferente. Ela nasceu em um parto normal, com música, luz baixa e sem nada de intervenções desnecessárias.
Se eu acho que ela vai ser mais feliz do que o Lorenzo por isso? não, não acho. O parto foi meu. Tanto Lorenzo quanto Alice nasceram lindos, saudáveis e felizes. Me arrependo sim de ter feito a cesárea, de não ter me informado mais, brigado mais, mas ela feita, não acho que vai ser determinante na vida dele, mas foi na minha. Eu ESCOLHI o parto da Alice. Eu queria, queria não, precisava, saber como era uma contração, como era colocar a minha filha no mundo.
Por aqui, os médicos recomendam que as crianças durmam no quarto dos pais por pelo menos 6 meses.
Lorenzo com 40 dias foi pro quarto dele. Alice com 20, já estava no quarto com o mano.
Cama compartilhada, quarto compartilhado, com a gente não funciona. Não é por convicção, não é por acreditar que eles acostumariam mal, não é para deixa-los mais fortes, mas simplesmente pelo fato de que eu não consigo dormir tendo um bebê ao meu lado. Eu não desligo, fico ouvindo a respiração, se não escuto preciso ver se está respirando mesmo e por aí vai....
Hoje se fala muito no mundo materno na "criação por apego" o tal "attachment parenting", onde as crianças são criadas com amor, cuidados constantes, colo, carinho. Minha pergunta é: existe outro tipo de criação?
Tudo isso que relatei acima, foram escolhas sim, mas escolhas que sentimos no nosso coração, na nossa vida como pais. Sling, beijos mil, sentar no chão pra brincar, pintar toda a cara de canetinha, só funciona porque nada disso é forçado. Não fizemos assim porque o livro tal falou, porque funcionou com a fulana, ou porque querermos parecer bonitos para o pessoal que lê o blog.
Provavelmente vocês não irão me ver na televisão defendendo o parto normal, a amamentação prolongada ou o attachment parenting, pelo simples fato de que cada um faz as escolhas que precisa. Se me perguntarem sobre como foi meu parto, vou amar contar, se me perguntarem se é bom amamentar uma criança de 2 anos, vou adoram lembras das pérolas que ele me falava, mas não acho que precise levantar bandeira de nada, porque não acho que o meu jeito é o certo e o outro é o errado.
Eu não acredito em leite fraco, nem em leite insuficiente. Acredito em mãe cansada, mãe que não gosta de amamentar, mãe que não tem tempo pra ficar com o bebê pendurado no peito porque precisa mamar a cada hora, e tudo bem. Quem sou eu pra condenar a ciclana que não amamentou, porque provavelmente ela também iria me condenar por amamentar por 3 anos.
Eu fiz questão absoluta de ter um parto normal porque é normal, porque nosso corpo foi precisamente confeccionado pra isso, porque eu precisava saber como era. Fico torcendo para que me perguntem e me peçam para contar como foi, mas  se a cunhada da sobrinha da vizinha quer cesárea pra organizar o quarto, para controlar o dia, o azar é dela! ela não vai me ver de cara feia, dizendo que ela é "menas mãe" por isso. Assim como acho um absurdo os médicos obrigarem mulheres a fazer cesárea sem quererem, acho um absurdo quem acha que pode obrigar as outras a terem parto normal.
O certo é: cada um faz do seu jeito, e principalmente, faz o melhor que acredita.
Que nesse dia das mães a maternagem de cada uma seja exatamente aquilo que vocês escolheram. Porque é certo que cada uma é a melhor mãe que seus filhos poderiam ter. 

2 comentários:

  1. Ai amiga, sabe q meio q concordo, mas tenho q te confessar q a minha 2ª cesarea, mesmo q necessaria é o q mais .... tb preciso sentir como é colocar um ser no mundo por parto natural, acho q vou ter q ter outro filho kkk
    outra coisa tb concordo, não existe leite sei lá o q, existe gente mal informada. Ouvi barbaridades na maternidade sobre não dar peito toda hora, dar 5 minutos (????) e coisas do tipo. Ai não da mesmo né. Miguel e manoela mamam tanto q ja nem coloco sutiã kkkkkkkkkk

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  2. Muito muito bom texto! Penso exatamente igual. A gente não decide que tipo de mãe vai ser, a gente simplesmente É né? Tudo que for diferente disso é forçado. Bjus!

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