Um dia casal um casal de jovens pegou sua criança de 3 anos e deixou pra trás família, empregos bacanas e amigos queridos e se mudou para ver outras estradas.
Não somos nós.
Em 1985 meus pais me pegaram pela mão e fizeram uma grande mudança de vida. Em 2010, pegamos o Lorenzo pela mão e fizemos a mesma coisa.
Só percebemos essa "pequena" semelhança de história um tempo atrás. E foi muito legal.
Sempre escutamos o quanto as pessoas admiram essa nossa jornada e muitas dizem que jamais teriam de coragem de fazer isso. O que nem todo mundo percebe é que cada um tem a sua própria "inglaterra". Para uns é mudar de país, para outros encarar um filho, comprar um apartamento, investir na própria empresa. A verdade é que todo mundo nessa vida já precisou em algum momento botar a mochila nas costas com a fé de que vai dar certo e partir. E é isso.
Hoje fazem 2 anos que estamos na estrada.
Ano passado, quando escrevi
aqui sobre o nosso primeiro ano na Inglaterra, tudo ainda era novidade. Estávamos encerrando um ano complicado (lembrando, as aulas começam em setembro, então praticamente é começo de ano agora pra gente) cheeeeeeeeiiiooo de lágrimas, sustos e surpresas.
Relendo agora, vejo que eu tinha razão, o primeiro é sempre o mais difícil.
Quando fomos ao Brasil ano passado, falávamos assim: "ah, porque lá em Norwich,..." esse ano a frase mudou para: "ah, porque lá em casa...."
Agora podemos dizer que nos sentimos todos em casa.
Já falei mil vezes o quanto a vida de expatriado é intensa. Tudo lindo, tudo difícil, tudo agora junto ao mesmo tempo. Mas é tãaaaaaao divertido!!!
Essa semana Lorenzo disse: "eu não quero morar mais nessa casa, eu já conheço tudo que tem nela" (corta para daqui a 20 anos eu em frangalhos no aeroporto me despedindo dele), mostrando que entrou bem no esquema da família e aos poucos começa a carregar a própria mochilinha.
A certeza é que estamos onde queríamos estar. Nos orgulhamos por de mais da conta de decidir, escolher e acolher o caminho que se apresenta pra nós.
Agora que começamos a falar na volta, sempre comentamos: esses anos aqui não serão na nossa vida uma lembrança. Eles serão a ferramenta que nos fez correr atrás de outros sonhos, de abrir outros caminhos, de encarar mais um monte de coisas (e de mundos) que está aí na frente.
Realizar e construir.
Tudo se resume a isso afinal de contas.
cheers.