terça-feira, 15 de maio de 2012

3 pra casar!


Dia desses eu e o Ber conversando sobre o Lorenzo, percebemos o quanto inglês ele já está, e a prova mais que concreta disso é que ele se esquiva dos beijos.
Por essas bandas beijo nem fu.... pensar, aperto de mão só para os realmente íntimos, amigos, abraços passam longe dos costumes locais.
Os ingleses simplesmente não se encostam, simples assim. Se cumprimentam com aquele aceno de cabeça tipo "e aí?  sabe qual? e na hora de ir embora é um "até logo" e pronto, ta feita a conversa.
Os pais não beijam seus filhos, os filhos não beijam seus pais e todo mundo esta feliz assim, menos a gente que mantém o calor brasileiro guardado no coração.
Eu procuro, do fundo do coração não esteriotipar as coisas. Dizer que os ingleses são frios é o mesmo que dizer que os portugueses são burros ou que os franceses são fedidos, e já dizia Rita Lee "nem toda feiticeira é corcunda, nem toda brasileira é bunda..." então procuro encarar como mais uma diferença cultural.
O tempo vai passando e nem percebemos a diferença (ou a falta) que os velhos 3 beijinhos  fizeram na nossa vida. Chegamos ao ponto de estranhar quando temos nossa própria família aqui, tantos beijos e abraços. Notem: estranhar não significa não gostar, muito pelo contrário, como é bom ter alguém para apertar bem forte.
Nós seguimos afofando o Lorenzo. Beijo na entrada e na saída da escola e muitos chamegos, mas nosso carinho não está sendo o suficiente para que o inglesinho acostume-se com esse calor tipicamente brasileiro. Aos poucos ele vai se encolhendo e se não insistimos, pode passar facilmente pelos "ois e tchaus" sem o estalinho. 
Imaginem que todas, T O D A S as pessoas que ele conhece nem estendem a mão para cumprimentá-lo que dirá essa agarração toda, então claro que ele aprendeu  que o diferente é a beijação e  não a falta dela.
É extremamente interessante de acompanhar essa "inglezisação" do Lorenzo. A nossa também, mas ela se limita a tomar chá com leite (sim, é uma delícia e extramente reconfortante) e a falar com um sotaque meio "batata na boca", mas a do pequeno... nooooossssssaaaa.
Ele segue rebolando, dançando e sendo um arriado de primeira, mas acredito que mais por personalidade do que por brasileirisse. A Alice, inglesa de nascença, com certeza não vai ser tão inglesa quanto o irmão, já que vai embora daqui com pouco mais de  1 ano.
Lorenzo até agora soma no curriculum dele:
-  inglês britânico de primeira ("fóoooo, não four mamãe")
- completo estranhamento a beijos fora da família
- se tem sol ele acredita fielmente que pode se ir pra praia, mesmo que esteja 10 graus
- acima de 12 graus é verão, ou seja, coloca bermuda, manga curta e sai pra jogar futebol na rua
- parabéns pra você é happy birthday, e se for em português, é sem bater palma
e contando....

A riqueza do processo é esse "ser um inglês sem perder o jeitinho brasileiro jamais".

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