sexta-feira, 18 de maio de 2012

O ser social


Todos somos seres social. Precisamos de pessoas, de amigos, de uma grupo, de pertencer a alguma coisa. Nossos filhos também precisam disso, não faltam frases prontas: 
"não criamos os filhos para a gente, mas para o mundo"
"asas para voar, raízes para ficar" e bla bla bla.
Quero ver a primeira vez que o teu pequeno se social vai na casa de alguém que tu não conhece, fazer alguma coisa que tu não sabe o que é, com pessoas que falam outra língua e vivem em uma cultura completamente diferente!
Nesse momento, enquanto escrevo no segundo andar da casa, Lorenzo está brincando com um amigo da escola na nossa sala.
O amigo em questão já veio várias vezes aqui em casa e mora a cerca de 5 minutos caminhando.
Claro que a primeira visita foi aquilo: como proceder, como convidar, e todo aquele protocolo inglês que não estamos acostumados. Estufei o peito, arrumei coragem e falei com a mãe do alemão. Disse que o Lorenzo gostaria de brincar com ele na nossa casa, que nós poderíamos busca-los na escola e depois leva-lo em casa. Ela achou legal, e assim fizemos. Algumas vezes. Na primeira vez que levamos em casa, percebemos um pouco da dinâmica da familia. O pequeno chegou, largou as coisas e foi direto pra rua brincar. Sozinho. Solto. Na R U A. Achei legal, pensei "que bom que os pais confiam", e "nada como morar no interior". 
Até o dia que o amigo resolveu agradecer, convidando o Lorenzo pra casa dele. Eu só conseguia pensar: tomara que chova, tomara que chova, tomara que chova, porque assim eles não poderiam sair pra rua. Como estamos na Inglaterra, óbvio que estava chovendo. Os pais do amigo buscaram eles na escola de carro, e depois ficaram de devolver o nosso em casa, mesmo esquema.
EU e o Ber ficamos apreensivos, claro. 
É tão estranho os filhos crescerem longe dos nossos olhos.
Vivenciando a rotina de outra família, se virando sozinho, entrando em um esquema diferente.
Ficamos curtindo o silêncio da casa e imaginando o que eles estaria fazendo, se estava se comportando adequadamente, se estava gostando.
2 horas depois ele voltou pra casa. Feliz da vida, mas com o pé cortado. Contou que tinha um prego na escada e outro no banheiro (!!!!!!!!!!!) e cortou quando estava correndo.
Na hora as luzes do "eu sabia que não ia dar certo" começaram a piscar na nossa cabeça. Uma analisada no corte, uma respirada fundo, e tudo certo. 
A conclusão que chego é a seguinte: é uma arte saber quando soltar a corda para o pequeno ser social correr por aí, e quando prender para que ele não se machuque. Nós não gostamos de pensar que  a casa com 3 crianças (e um 4o. na barriga) tenha pregos por toda a parte prontos para abrir um pé desavisado, mas depois dessa visita, Lorenzo sabe que cada família tem um jeito diferente de se relacionar, que cada mãe fala com os filhos de uma maneira e que tudo bem!
Seguimos cautelosos. 
Preferimos ser "os pais legais" que enchem a casa de amigos, assim podemos soltar bastante a corda para que ele corra, mas mantendo aquele "nó" na ponta que não há de fazer mal a ninguém...

Um comentário:

  1. Ô~HHHHHHH MY GOD !!!!! I dont know what to thinkssssssssssss.............meu coração fez tóim!!! que mais tem nesta casa?????

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