terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"Mas a gente não sabe onde é a nossa casa...."

Essa frase foi dita pelo Lorenzo esses dias, quando falávamos em visitar uma querida amiga que no final do ano vai morar na Indonésia.
Eu falei super inocente, que seria uma boa idéia, e ele: não mamãe!! eu não quero ir pra lá porque a paisagem é muito diferente... (!!!) e também a gente não sabe onde é a nossa casa..."
Eu e o Ber ficamos falando, que ele as vezes perde a noção das coisas.
NO final do ano ficamos 6 dias em Londres, e ele no último dia teve uma crise achando que a gente não voltaria pra cá, e volta e meia fala "de quando a gente morava em Londres..." kkkkkkk.
Hoje conversando com uma amiga brasileira daqui, ela me contou que eles decidiram voltar pro Brasil no final do ano, depois de 4 anos aqui.
Na Inglaterra, eles tiveram uma casa super bacana, uma filha linda que é bilingue, o primeiro carro de vida deles e mais um monte de coisas legais, e no Brasil tem a indecisão de começar toda uma vida de novo, mas.... é no Brasil.
É engraçado esse sentimento. Eu considero aqui, fisicamente a minha casa. As minhas coisas, o nosso cheiro, a nossa rotina. Mas esses dias fazendo pipoca, senti aquele cheiro e falei : "que cheiro de..... casa..." porque lembrei o cheiro do Bourbon Ipiranga, que íamos quase todo dia.
Eles decidiram voltar porque ele pode ter um emprego bacana, mas principalmente, claro, pra ficar perto da família. Não família propriamente de sangue, mas dos amigos, do povo, do calor... de tudo que família/brasil significa pra quem mora fora.
E claro que estão preocupados. Com a segurança, com o dinheiro, com a educação e mais um milhão de coisas. Mas na hora que o coração aperta, ainda vão estar indo pra casa, mesmo que a 4 anos não seja mais a casa física deles.
Nós quando decidimos vir pra cá, decidimos ao mesmo tempo não sofrer. Não que seja fácil assim, mas se a decisão estava tomada, precisávamos transformar tudo no mais fácil possível. E assim está sendo... viajamos, temos nossas coisas, Lo vai pra escola, temos nossa rotina e nosso lazer... tudo muito diferente do Brasil, mas tudo muito bom também.
A única coisa que agora aperta o coração, é perceber que nos relacionamos e fazemos vinculo de amizade com pessoas que estão sempre voltando, ou indo, ou as duas coisas.

A gente da tchau pra família, pros amigos de todo uma vida, pra nossa cultura (e pro calor), daí faz amigos, e dá tchau pra uma que vai pra Indonésia pra fazer estagio por 6 meses, pra outra que vai voltar pro Brasil.... é sempre e eterna uma despedida.
Que coisa.

Mas pelo menos temos gente pra visitar pelo mundo todo!!!

Ja dizia Oswaldo Montenegro"...porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade"

Um comentário:

  1. Nossa Dani, muito perfeito esse post! Eh exatamente o que eu e o Gus sentimos... Nao eh facil, mas optamos por isso e nos questionamos sempre coisas desse tipo... A diferenca eh que voces tem o Lo e isso se torna ainda mais desafiador, ne?

    Beijossss

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