quarta-feira, 22 de junho de 2011

Quanto termina o respeito e começa a pressão.

Quem me conhece sabe, que não sou uma mãe "mole". Exijo, educo, tento mostrar o que acho certo e cobro comportamento do Lorenzo.
Mas sempre, sempre, tento respeitar o tempo dele para as coisas.
Mesmo quando ele era bebê, e lia e relia mil livros sobre educação, desfralde, amamentação e coisas mil, ficava com uma pulga atrás da orelha quando diziam: deixa chorar, deixa gritar, abre os pulmões.
Lorenzo ficou no colo, no sling, foi amamentado quando queria por muuuuuito tempo, tirou a fralda cedo só porque ELE se sentiu preparado pra isso, e não é um menino mimado por causa disso.
Eu como mãe, volto e meia me pego pensando na importância de respeitar o tempo dele para as coisas, e qual é o limite em respeitar o tempo dele, e não deixar ele fazer o que quer. E claro, a vida as vezes bem cobrar essas reflexões na prática.
Ele ficou 10 dias de férias porque a turma dele estava mudando de sala, e hoje levei ele todo animado para conhecer o espaço novo. Foi saltitando, predizendo as coisas que iria ver. Quando chegamos na porta da sala, travou.
Não quis entrar. A professora chamou, o melhor amigo estendeu a mão, e ele ali, parado. Depois de muuuuita conversa, convenci a entrar na sala no meu colo, escondido. E assim ficou por uns 15 minutos.
Vi que as professoras começaram a olhar, já que fiquei só eu de mãe e ali, e na hora me veio aquela iluminação que só as mães tem: p...q..p.. o que eu faço? Deixo ele chorando e dou as costas, ou fico?
Fiquei.
Conversei, expliquei, e convenci ele a ir para um cantinho onde não tinha ninguém. Falei que precisa ir embora e não queria deixa-lo chorando. Ele disse que queria ficar sozinho, sem ninguém por perto então. Chamei a prof e disse pra ela. Ela entendeu e falou que ia ver ele em alguns minutos depois, e entendia que ele precisava de espaço.
Dei um beijo, e deixe ele lá, meio escondido, mas seguro de que foi respeitado.
Sai me sentindo uma mãe feliz. Diferente daquela cena onde as crianças ficam chorando, e a mãe vai embora também chorando, sai rindo, mesmo que ele não estava, pois sabia que era questão de minutos.
Ele passou por grandes mudanças na vida não tem muito tempo. Porque eu iria abandona-lo nessa outra mudança, que mesmo pequena, tem o tamanho dos medos e das inseguranças dele?
Deixar chorar, deixar gritar, não dar colo, não amamentar muito porque deixa a criança infantilizada (e Jesus! as criança não deveriam ser infantis???) e outros tantos modelos, passam longe daqui de casa. Ainda bem, porque ele acabou de voltar da escola realizado, contando dos brinquedos novos. A prof disse que ficou 15 minutos sozinhos, e aos poucos, quando se sentiu bem foi entrando na sala e participando da brincadeira.
Criança feliz. Mãe feliz.


5 comentários:

  1. Parabéns pela sensibilidade materna!
    Bjo

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  2. É Dani...ser mãe tem essas maravilhas de saber ser firme, coração mole, razão e muita, muuuuita psicologia.
    Ser mãe é respeitar o espaço do filho, sabendo que ele faz parte de um outro espaço: o convívio entre as pessoas.
    Beijos. Adorei este post.
    Flávia

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  3. que lindo!!!! adorei
    mas pq ele travou na porta? se decepcionou com a sala?

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  4. Não, estranhou a sala nova. Esta meio cansado de mudanças eu acho....

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  5. Eu nem sei o que comentar. hehehe Já li esse post tantas vezes... E não sei meesssmooo sobre as dificuldades de criar um filho. Só um afilhado. hehehehe!!!
    Essas mudanças, mesmo que difíceis, são maravilhosas pra ele e pra vocês. E os bons frutos disso serão colhidos a vida inteira.
    Beijinhos

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