domingo, 28 de agosto de 2011

Uma reflexão sobre os órgãos vestigiais



"Apendicite
é uma inflamação do apêndice intestinal, uma bolsa em forma de verme do intestino grosso. A apendicite mais comum é a apendicite aguda, que, apesar de poder ocorrer em qualquer idade, é muito mais comum na adolescência. É extremamente comum e afecta mais de 7% da população em qualquer altura das suas vidas." Wikipedia
"Órgãos vestigiais são aqueles que se encontram reduzidos e/ou sem função aparente no organismo em que se encontram"

E assim começa a história. E sentem-se que é longa....

Na quinta feira, Lorenzo brincou como sempre, o dia todo. Na madrugada acordou dizendo que estava com dor de barriga e que tinha que dormir na nossa cama. Levei ele de volta, e pra minha surpresa, vomitou muito. Isso eram 2 da manhã. O vomito continuou mais umas 6 vezes até as 6 da manha. Nisso, ele já estava colocando a mão do lado direito do corpo.
Como o Ber teve apendicite a uns 7 anos atrás, decidimos leva-lo em algum lugar. E ai, começa " o dia em que fiz as pazes com o sistema de saúde inglês" .
Aqui, eles tem um telefone 24 horas para dúvidas a respeito da saúde. Ligamos, explicamos a situação, e a enfermeira disse que o médico entraria em contato. 30 segundos depois, ele ligou dizendo para levarmos na clínica assim que abrisse. O problema, é que emergência na clínica só depois das 09:30 pois é época de férias, isso eram 8 horas. Ligamos, a recepcionista disse para irmos direto pra lá. Nem sentamos, o médico já estava esperando.
Uma apertadinha básica, e nos mandou direto pro hospital. Ligou antes, avisou e nos encaminhou.
Chama táxi, pega táxi, chegamos no hospital (publico) e entramos direto.
Enfermeira tira temperatura (um pouco de febre), e diz que o médica esta chegando.
Ele demorou um pouco, e quando foi examinar o guri, foi um problema. Ele disse que doía tudo, não deixou o médico apertar direito... depois um tempo o médico disse que provavelmente não era apendicite porque ele estava com vários gânglios pelo corpo e deveria ser isso. Mas por via das dúvidas chamou o chefe pra avaliar se precisava de exames.
Quando o outro médico chegou ele estava dormindo. O dr. foi apalpando, e quando chegou no apêndice ele pulou e chorou.... daí pediu exame de sangue. Com o exame de sangue acusando inflamação fomos pra eco...e na eco o diagnóstico: apendicite.
Ele falou que estava inflamado bem atrás, por isso foi difícil descobrir. Tudo isso, já eram 16hs. Foi encaminhado pra cirurgia, mas nesse meio tempo surgiu uma outra operação mais urgente e ele ficou para o outro dia.
Sem muitos detalhes, mas ele ficou medicado com antibiótico e remédio pra dor até o outro dia. A noite foi difícil pois não deixaram ele comer nem beber nada, e mesmo com o soro ele reclamava de sede e fome. A cada 30min uma enfermeira vinha ver o soro, a temperatura ou outra coisa, então impossível dormir.
No sábado pela manha ainda sentiu bastante dor. A cirurgia foi as 13hs. Eu entrei com ele a aplicaram a anestesia comigo junto (sem maiores detalhes, só posso dizer que não é uma cena fácil de esquecer, e que quase matei o Ber do coração ao voltar pra recepção aos prantos). As 15:30 já estava no quarto de novo, e aí foi mais difícil, porque sentiu muita dor, e ja estava super deprimido com hospital. Pediu muito pra ir pra casa, disse que queria ser uma borboleta pra voar longe dali, e que as crianças não deverias ficar doentes e irem para o hospital nunca (ele nem sabe o quanto concordamos com isso....)
No domingo, ainda sofreu muito com o hospital. Estava muito chateado e triste. Dormiu um pouco e no meio dia o médico veio nos liberar para irmos pra casa!
Ontem a noite ja estava bem melhor. Rindo, comendo mais, e feliz com os brinquedos. Hoje acordou outra criança! caminhou sozinho, subiu e desce do sofa/cama/cadeira, e já levou umas broncas porque as vezes esquece dos pontos.

A lição que fica é.... sei lá, nenhuma, porque poucas vezes nessa vida (ainda bem) ficamos tão preocupados e acabados emocionalmente. Ter que ver o filho chorando de dor e tristeza aos mesmo tempo, é só para corações fortes, (e que pai e mãe têm isso?). Sei que ficamos pensando nos pais que precisam encarar dias, meses, e as vezes anos de hospitais e médicos com seus pequenos, não podendo fazer muito mais do que dar colo e torcer pra que tudo acabe,
(fica assim nosso amor/carinho/admiração e torcida por essas pessoas que devem passar a vida com o coração na mão).
Daqui a pouco nosso meninão já esta correndo e pulando por tudo, como sempre deve ser.


3 comentários:

  1. é amiga é muito duro... eu passei por uma internação com filho e sei muuuuuuuito bem o que vc passou... eu estava de resguardo e meus pontos sangravam constantemente, mas a dor emocional foi a única que ficou... imagino vc grávida, e Alice como esta nisso tudo?... que bom que tudo passou, agora é muito cuidado, carinho e amor que tudo vai dar certo... precisamos nos encontrar quando tudo melhorar pra botar o papo em dia... Força!!!!! Beijo

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  2. É. Não é nada facil não. Imagina como nós ficamos por aqui? Nesta hora, estar longe é bem mais difícil. Sempre fica dúvidas. Mas ele já esta bem. É um guri muito corajoso. Mais 2 ou 3 dias, está novo em folha. Um beijão pra voces, que seguraram a barra sozinhos. Voces sabem que "NO FINAL, TUDO DÁ CERTO" , né????
    bjinhos

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  3. o coração da didi não aguenta ler essas coisas e pensar o quanto vocês estavam angustiados. Por aqui, estávamos muito preocupados, mas sabendo que uma hora, tudo ia passar. De fato, passou :) E agora estão todos bem. Logo ele vai estar pulando por tudo. E a alice, pulando muito, como sempre??? Beijão bem grandãoooo

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