sábado, 16 de junho de 2012

Casa no campo e um filho de cuca legal.


Nós tentamos mais do que passar valores para nossas sementinhas aqui, ensinar pelo exemplo.
A gente fala, explica nosso ponto de vista, mostramos as coisas que achamos bacanas, mas se um dia Lorenzo nos pegar fazendo o contrário todo bla bla bla foi pelo ralo.
Morando aqui, diariamente lidamos com preconceitos e  diferenças e tentamos sempre mostrar pra ele, e agora pra Alice, que cada um tem seu jeito, que mais do que ser diferente, é simplesmente ser.
Quando nos pergunta porque as muçulmanas usam véu, explicamos o que sabemos. Quando aponta alguém que achou engraçado, explicamos porque não é legal rir e assim por diante.
Aqui no village, quando todas as crianças se juntam, temos praticamente um pequeno conselho da ONU: brasileiro, africana, inglês, italiano, autraliana... cada um de um tamanho, com uma cor diferente, mas todos reunidos ao redor de um balde de pipoca sentados na calçada brincando.
Aos poucos eles questiona de onde vem os bebes, como se formam os casais e  as famílias. Nós falamos: tem família com pai, mãe e filhos, como nós, tem família só com mãe, só com pai, com duas mães, dois pais, com 10 filhos, com nenhum filho.... tenho certeza que se dois homens ou duas mulheres se beijarem na frente dele, a reação vai ser a mesma de ver eu e o pai nos beijarmos.
Tudo isso pra contar, que ontem ele conversava ao pé do ouvido com Alice, falando que ela ia crescer... caminhar, falar, ir pra escola e quando ficasse adulta podia arrumar um namorado, ou uma namorada, "porque a gente pode gostar de quem quiser"... meus olhos (e coração) se encheram de amor e da sensação de  trabalho cumprido. Morro de orgulho do menino mais boa praça do mundo!



família mestre cuca de cuca legal!!




Um comentário:

  1. E eu estou vendo minha semente, num jardim florido, brotada, crescida e já com frutinhas e uma parte de mim se sentiu assim, feliz...!!, muito feliz
    Ler este depoimento é dos Deuses!!! Parabéns Dani e aos dois pela família linda que vocês construiram (e lagrimas...de emoção)!
    raquel

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