domingo, 7 de outubro de 2012

Raymond, o chinês.

雷蒙
raymond


"hoje no karatê eu conheci um chinês que se chamava Raymond..."

Assim começou a frase do Bernardo. Na hora explodi rindo.

Ele conhece ao todo 3 chineses por essas bandas: Raymond, Ryan e Jeffrey!!!

Certamente esses não são os nomes deles, rolando por aqui a discussão: é "certo" abdicar do próprio nome para facilitar a vida em um país diferente?

Ber defende que sim. Que pra não perder tempo explicando e corrigindo todo momento, eles fazem bem em adaptar, se adaptar, aos padrões ingleses. Eu não acho.

Não sabemos se é uma coisa cultural, se é opcão individual e aconteceu de por acaso ficarmos conhecendo os únicos chineses/ingleses de Norwich ou se é a universidade que recomenda que eles façam a troca, mas não interessa, acho que qualquer uma das opções é complicada.

Nome é identidade. É como tu apresenta ao mundo. É parte da tua cultura, do teu país de origem.

Prefiro acreditar que não seja uma orientação da universidade, pois caso seja, acho preocupante.

Nos último tempos, o Reino Unido tem dificultado a entrada de estrangeiros no país, com a desculpa da conhecida crise econômica. Os estrangeiros que são aceitos (nós!) passam cada vez mais problemas e exigências absurdas feitas pelo governo. Tipo assim: nós te aceitamos, mas faremos a tua vida difícil para que tu não queira ficar por aqui.

Abrir mão do próprio nome, ao meu ver, diz para eles: vocês estão certos, esse é o único meio de se viver, por favor não me mande embora, quando na verdade manter o próprio nome pode ser dizer: "nossa, esse país é legal, ele só tem a ganhar com o que eu posso oferecer"

Para mim, morar em um lugar diferente acrescenta tanto para o estrangeiro quanto para o nativo, pois a riqueza está justamente na troca.  Que vai da aceitação a mulher coberta pela burca, ao respeito de aprender e pronunciar o nome do colega, seja ele qual for. 

Na nossa comunidade de mil culturas, fizemos questão de pronunciar o nome das pessoas na língua a qual elas pertencem, não só por respeito, mas por diversão também! Quantas chances temos na vida de numa tarde (hoje) ter na rua brincando: 1 brasileiro, 1 nijeriana, 2 canadenses, 1 francês, 1 português, 1 Italiano e 1 inglês?  bora chamar a criançada pelos seus nomes certos e valorizar o mundo de onde eles vieram. Difícil? enrola a língua pra chamar o brasileiro, faz beicinho para o francês, capricha na entonação com o italiano que tudo da certo.

Acredito que boa parte da troca se perde ao chamar um chinês de Raymond, seja por qual motivo for. 
O mundo tem um tantão de coisas bacanas (e diferentes) espalhadas por aí. Por mais impronunciável que seja, vale o esforço do respeito a identidade do outro. E que se for impossível, as risadas estão aí para fazer todo mundo se entender.

Porque "todo mundo é igual" é uma mentira do caramba. 

Ainda bem.


3 comentários:

  1. ai q divertido
    ninguem sabia falar ODAIR em Portugal
    e ninguem falava DANIELLE no Japão
    era Odi
    eu Danierú

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  2. Temos aqui algumas greices, welingtn, george,
    brigites, christian, maicon, wuilian, michel,paul e por ai vai. O mundo não é justo!!!!
    E nem sempre certo! O mais interessante é a experiência que as pessoas tem a oportunidade de vivenciar! Nisso, vocês poderão passar cem anos recordando as muitas por que passarem! (olha a minha inveja branca!!) viver este entendimento é... the best!

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  3. Nini Vichayani e Nayani Sharon. Pode acreditar que isso é nome de Brasileiro? Pois sao duas meninas que moram em Poa, mas queriam ter nascido não sei onde..., irmãs da Daphny Victória, ex-aluna da Renata...

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