domingo, 15 de maio de 2011

Laços...



Fazem 10 anos que estamos "na estrada".
Meio sem ser de lugar nenhum.
De 2001 a 2004 ficamos em Curitiba, e criamos laços tão fortes com novos amigos, que os outros cinco anos em Porto Alegre (2005 a 2010), também ficaram com cara de "passagem".
Nos primeiros tempos por lá, a saudade era uma coisa física. Doía mesmo. O tipo de dor que talvez pudesse ser resolvida com remédio. Era meio falta de ar, meio aperto no coração, meio um monte de coisas.
Daí surgiu a Thais, o Fred, Estrela, Téo, Diogo... e a dor foi diminuindo, diminuindo e ficou só a saudade boa.
Depois em Porto Alegre, ela voltou. Cada vez que eu ouvia o Cd do Universo, o coração descompassava. Até hoje eu lembro do dia que dei tchau pra Thais. Ela me levou em casa, fui direto pro banho e acho que chorava tanto que até os vizinhos ouviram....
Daí tudo superado, viemos pra ca. (ai que canseira)
A saudade aqui é diferente.
Em Curitiba, nossos domingos era silenciosos, cheios de música, filmes longos, e muito tempo livre pra pensar. Aqui, os domingos são cheios de pulos, gritos, pracinha, música muito alta (Lorenzo está numa fase Lulu Santos...), brigas, turma de Mônica... não dá tempo pra sentir aquela dor.
A saudade agora é dos laços.
Acho laços, uma palavra linda. Podem ser de sangue, de amizade, de companherismo, de parceria, de qualquer coisa importante.
Nós já estamos meio "escaldados"de sentir de saudade, e aqui, sabemos que tudo é temporário, e parece piada, mas nosso amigos mais próximos estão indo embora fazer laços em outros lugares.
A saudade é do conhecido.
Das pessoas que sabem a tua história, que conhecem tuas manias, aquilo que te faz feliz, aquele lugar que o calo aperta.
Conhecer pessoas diferentes, de todo canto do mundo, é uma delícia, mas elas não sabem que eu o conheci o Ber com 11 anos, que eu toco desde que eu tinha 5, que nossos amigos são os mesmos a quase 20 anos...
Ahhhh os amigos.
Nos últimos tempos, a gente nem saia muito. Cada um fazendo suas coisas, correndo atrás de estudo, trabalho, crianças... mas quando acontecia o encontro... nada como tu olhar pra aquele rosto e saber que por mais voltas e voltas e idas e vindas, e filhos e perdas, os rostos serão os mesmos.
É engraçado que muita gente pensa que nós somos meio desencanados com isso. Que o mundo é nosso lar. Mas não é bem assim.
Acho que a questão é que não temos medo do mundo. Que ele está ali, ao alcance da mão, não tem porque não aproveitar.
Mas que voltar para os laços que construímos por tanto tempo vai ser bom, isso vai. Nem que seja por 1 mês, como vai ser agora...

4 comentários:

  1. sem dúvida, o melhor texto do blog. Todos são bons. Mas esse, matou.

    ohhhh saudades maldita. Hehehehe!

    beijinhos

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  2. uia. como eu sei como é isso! e cada vez que vcs vão eu sinto tudo de novo... Estrela

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  3. Hum, sou suspeita pra falar!! Estava mesmo escrevendo sobre isso, mas nao tenho muita coragem de publicar! Esta meio inacabado..em breve, quem sabe em breve pomho meu blogg em dia!
    Lindas tuas palavras e lindo ter a amizade de vcs. beijo de coracao

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